Pedalar para o trabalho reduz chances de câncer, diz estudo
20 de abril de 2017Pessoas que pedalam para o trabalho têm riscos mais baixos de desenvolver câncer, doenças do coração e outras causas de mortalidade, anunciaram cientistas britânicos nesta quinta-feira (20/04).
Um estudo publicado pelo British Medical Journal (BMJ) mostra que ir ao trabalho de bicicleta reduz em 45% as chances de câncer e em 46%, de problemas do coração, em comparação com pessoas que utilizam outros meios de transporte. O resultado foi o mesmo independentemente do sexo, idade, etnia, atividade física ou comportamento sedentário.
"Esses resultados são relevantes, porque o deslocamento ativo diário é uma contribuição importante para a atividade física completa", diz o estudo. "Encorajar o deslocamento ativo entre a população, particularmente por meio do ciclismo, pode ser uma forma viável de prover benefícios à saúde relacionados à atividade física."
Quem vai ao trabalho a pé reduz em 27% o risco de doenças cardíacas e em 36% as chances de morrer devido a essas complicações, mas não há efeitos sobre menores chances de ter câncer e morte prematura.
Ciclistas apresentam, em geral, melhores condições físicas, pelo fato de o exercício ser mais intenso do que a caminhada, diz a pesquisa.
Políticas públicas
O estudo foi realizado com 264.377 pacientes com idade média de 53 anos cadastrados no banco de dados biológicos Biobank, que reúne informações sobre 500 mil adultos britânicos.
"As descobertas, se causais, sugerem que a saúde da população pode ser beneficiada por políticas que aumentem o deslocamento ativo, particularmente pedalando", disseram os pesquisadores.
Os cientistas britânicos defendem que autoridades desenvolvam políticas públicas específicas para incentivar a população a incluir a bicicleta na rotina. Isso inclui mais ciclovias e melhor acesso de ciclistas ao transporte público.
"Uma mudança de carros para modos mais ativos de deslocamento também vai reduzir o congestionamento nos centro urbanos e ajudar a reduzir a poluição do ar, trazendo mais benefícios à saúde", afirmou o professor Lars Bo Andersen, da Universidade de Ciências Aplicadas do Oeste da Noruega.
KG/rtr/ots