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Partido liberal da Alemanha aprova acordo de coalizão

5 de dezembro de 2021

Líder da legenda, que comandará o Ministério das Finanças, afirmou que acordo alcançado com social-democratas e verdes impulsiona políticas de centro. "Não empurra o país para a esquerda, mas pretende levá-lo adiante."

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Christian Lindner fala em púlpito em frente a banner com a palavra "Wir"
Christian Lindner, líder do FDP, será o ministro das Finanças do próximo governo alemãoFoto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance

O Partido Liberal Democrático (FDP) alemão aprovou neste domingo (5/12) o acordo de coalizão negociado com o Partido Social-Democrata (SPD) e o Partido Verde para formar o próximo governa da Alemanha.

Em uma reunião em Berlim, 92,4% dos membros do FDP votaram a favor do acordo. A decisão deixa o social-democrata Olaf Scholz, atual ministro das Finanças e vice-chanceler federal, um passo mais perto de substituir Angela Merkel no cargo de chanceler federal, o que deve ocorrer nesta semana.

FDP defende políticas de centro

O líder dos liberais, Christian Lindner, que será o ministro das Finanças no próximo governo, procurou dissipar preocupações da ala mais conservadora do FDP e descreveu o acordo de coalizão como um documento que impulsiona políticas de centro.

O acordo "não empurra nosso país para a esquerda, mas pretende levá-lo adiante", disse.

A votação foi realizada com a presença física de apenas alguns membros mais importantes do partido, enquanto os demais votaram de forma remota devido às restrições para combater a pandemia.

Ministérios importantes garantidos

Os social-democratas, os verdes e os liberais vinham negociando a coalizão há dois meses, desde que as eleições federais em 26 de setembro deram ao SPD o posto de maior partido no Bundestag, o Parlamento alemão.

A aprovação dos membros do FDP ao acordo já era esperada, pois o partido, o menor dos três que integram a nova coalizão, participou ativamente da negociação e garantiu, além da pasta das Finanças, o comando dos ministérios do Transporte, da Justiça e da Educação.

Os liberais conseguiram incluir no acordo de coalizão itens como não aumentar os impostos, não adotar limites de velocidade nos trechos de rodovias alemães onde hoje não há limite, e não acabar com a opção de os alemães contratarem seguro de saúde privado, modalidade utilizada por 11% da população do país.

Só falta o Partido Verde

O SPD aprovou o acordo da coalizão de 177 páginas em uma conferência similar no sábado, com mais de 98% de aprovação dos delegados.

O Partido Verde também está realizando uma votação interna neste fim de semana, e o resultado deve ser divulgado na segunda-feira.

Se todos aprovarem o acordo, o texto deve ser assinado na terça-feira, e na quarta-feira Scholz deve ser formalmente eleito pelo Bundestag como novo chanceler federal. A Alemanha será então governada pela "coalizão semáforo", em alusão às cores dos partidos social-democrata (vermelho), liberal (amarelo) e verde.

A nova aliança substituirá a grande coalizão dos conservadores da União Democrata Cristã (CDU), partido de Merkel, a União Social Cristã (CSU), legenda-irmã da CDU na Baviera, e o SPD. Merkel, por sua vez, irá se aposentar da política após 16 anos como chanceler federal.

bl/lf (AFP, dpa, Reuters)