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Parlamentares entram com processo contra presidente do Peru

15 de dezembro de 2017

Pedro Pablo Kuczynski é acusado de ter recebido mais de 782 mil dólares da Odebrecht por serviços de consultoria realizados no período em que foi ministro. Presidente nega as acusações.

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Pedro Pablo Kuczynski
Pedro Pablo Kuczynski afirma que não vai renunciarFoto: Getty Images/AFP/C. Bouroncle

Um grupo de parlamentares peruanos da oposição apresentou nesta sexta-feira (15/12) um pedido para que o presidente do país, Pedro Pablo Kuczynski, seja destituído devido ao seu envolvimento no escândalo de corrupção envolvendo a empreiteira brasileira Odebrecht.

Chamado de "moção de vacância", o pedido visa à declaração de "permanente incapacidade moral" de Kuczynski e sua imediata saída do cargo. Para ser aceita pelo Congresso, a solicitação precisa ser votada em plenário e obter o apoio de 52 parlamentares.

A aceitação do pedido é tida como certa, já que a bancada fujimorista da Força Popular possui 71 assentos. Após o aval para o pedido, o Congresso deve submetê-lo a votação em outra sessão, na qual Kuczynski será ouvido.

Leia mais: Entenda o possível envolvimento peruano na Lava Jato

"É evidente que a sua presença no mais alto cargo da nação não é mais possível", disse o porta-voz do grupo parlamentar da Força Popular, Daniel Salaverry, sobre Kuczynski.

O presidente peruano é acusado de ter recebido mais de 782 mil dólares da Odebrecht, por serviços de consultoria realizados entre 2004 e 2007. Os depósitos aparecem num documento da construtora brasileira que foi enviado à comissão parlamentar que investiga os desdobramentos da Operação Lava Jato no Peru.

Os pagamentos pelas consultorias da Westfield Capital, empresa de Kuczynski, aconteceram entre novembro de 2004 e dezembro de 2007, e coincidem com o período em que o presidente ocupou os cargos de ministro da Economia e, posteriormente, de primeiro-ministro, durante o governo do ex-presidente Alejandro Toledo (2001-2006).

Kuczynski pediu nesta quinta-feira às autoridades judiciais de seu país que suspendessem seu sigilo bancário e rejeitou as acusações de que uma das suas empresas teria recebido pagamentos da Odebrecht.

O governante também disse que não teme as ameaças da oposição política, liderada pelo fujimorismo, de que o destituirá do cargo. "Não vou renunciar, nem à minha honra, nem aos meus valores, nem às minhas responsabilidades como presidente de todos os peruanos. Convido todos os atores políticos a fazer o mesmo. Foi muito difícil recuperar a democracia, e não vamos voltar a perdê-la", ressaltou.

Infografik Korruption in Lateinamerika portugiesisch

O escândalo Odebrecht foi revelado em dezembro do ano passado, quando o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que a empreiteira pagou cerca de 788 milhões de dólares em propinas em 12 países, entre eles o Peru.

O relatório mostrou que somente no país, entre os anos de 2005 e 2014, a construtora desembolsou propinas no valor de 29 milhões de dólares a funcionários do governo peruano.

Em julho, o ex-presidente Ollanta Humala e sua esposa, Nadine Heredia, investigados sob suspeita de terem recebido milhões de dólares da Odebrecht em propina, foram presos. Segundo a investigação, o casal teria recebido 3 milhões de dólares da empreiteira em troca de um contrato para construir um oleoduto no país. Além de financiar as campanhas, o dinheiro ilícito teria sido usado para lucro pessoal.

CN/efe/dpa

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