Paraguai vai às urnas para eleger novo presidente
21 de abril de 2018Os paraguaios vão às urnas neste domingo (22/04) para eleger o novo presidente do país, numa eleição que tem como principais candidatos ao cargo Mario Abdo Benítez, apoiado pelo partido no poder, e o opositor Efraín Alegre.
Os dois encerraram a campanha eleitoral na última quinta-feira com grandes comícios. Abdo Benítez, do conservador e governista Partido Colorado, prometeu declarar guerra à impunidade e à corrupção se for eleito chefe do Executivo paraguaio pelos próximos cinco anos, a partir de agosto.
Abdo se apresenta como o substituto do atual presidente, Horacio Cartes, enquanto Alegre aglutina o Partido Liberal e a esquerda da Frente Guasu, do ex-presidente Fernando Lugo (2008-2012).
Alegre, que concorre à presidência pela segunda vez consecutiva, afirmou a milhares de pessoas na cidade de Capiatá, na Grande Assunção, que não será o "presidente dos ricos", mas das classes mais populares. Ele reiterou sua promessa de reduzir a tarifa de energia elétrica e o preço dos medicamentos.
A aliança opositora busca destronar o Partido Colorado da presidência pela segunda vez, como ocorreu em 2008, com a histórica vitória de Lugo. Juntos, os liberais e os esquerdistas conseguiram colocar um ponto de interrogação num panorama que antecipava uma vitória segura do partido governista.
As pesquisas eleitorais destoam tanto umas das outras, que somente servem para causar ainda mais interrogações. A consultoria Francisco Capli indica que Abdo Benítez tem 53,1% das intenções de voto, e Alegre, 22,1%. Já o instituo internacional TCI Research atribui 42,4% a Abdo Benítez, e 47,5% a Alegre.
Além dos dois candidatos, outros dez concorrem à presidência, mas somente Abdo Benítez e Alegre – que também é presidente do Partido Liberal, o maior da oposição – são apontados como possíveis vencedores. O pleito será realizado em apenas um turno.
Tanto os governistas quanto a oposição prometem que trabalharão em prol do desenvolvimento econômico, da educação e da saúde, no país que é o quarto maior exportador de soja do mundo, mas onde 26,4% da população vivem na pobreza, e 4,41%, na extrema pobreza, com menos de 1,80 dólares por dia.
Pesquisas mostram que o que mais preocupa o eleitorado é a corrupção, em meio às longas listas de funcionários públicos beneficiados pelo clientelismo político, à conivência entre o governo e líderes do narco e à falta de independência da Justiça.
Nos últimos dias, um total de 307 observadores internacionais acreditados foram destacados para supervisionar o processo eleitoral de domingo nos 17 departamentos do país. Os observadores são, na sua maioria, de entidades como a Organização dos Estados Americanos (OEA), a União Europeia (UE) ou a União Interamericana de Organizações Eleitorais (Uniore).
LPF/lusa/dpa/efe
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