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Para UE, eleições em Angola foram livres e transparentes

8 de setembro de 2008
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As primeiras eleições legislativas em Angola em 16 anos foram livres e transparentes, de acordo com a avaliação dos observadores da União Européia (UE) divulgada nesta segunda-feira (08/09).

Segundo os observadores, não houve indícios de uso de violência durante a campanha eleitoral. "A campanha eleitoral foi conduzida de forma calma e ordeira, com somente alguns incidentes que foram resolvidos pela polícia de forma rápida e imparcial", disse a chefe da missão de observadores da UE, a italiana Luísa Morgantini.

Ainda segundo ela, "de um modo geral", as liberdades de opinião e de expressão foram respeitadas e a Comissão Nacional Eleitoral esforçou-se para assegurar a eqüidade do processo eleitoral. Morgantini disse que as eleições foram um avanço para a democracia angolana.

O dirigente oposicionista Adalberto da Costa Júnior, da Unita, criticou a avaliação européia em entrevista à Agência Lusa. Ele disse que pode ter havido pressão sobre Morgantini e que não se surpreende por ela "ter agido de forma a agradar ao Estado angolano" quando disse que o processo eleitoral foi transparente.

Mas os observadores também teceram críticas. Diversos procedimentos eleitorais não foram respeitados, apesar de estarem na lei. Em Luanda muitos locais para votação abriram tarde ou nem mesmo abriram, fazendo com que a votação fosse estendida por um dia. Angolanos no exterior não puderam votar, o que é contra a lei.

Morgantini criticou ainda a imprensa angolana. Segundo ela, o canal de televisão TPA, a emissora de rádio RNA e o Jornal de Angola privilegiaram o MPLA na sua cobertura da campanha eleitoral.

Em entrevista à Deutsche Welle, o eurodeputado britânico Richard Howitt foi bem mais crítico na sua avaliação do que os demais observadores. "Uma eleição pacífica não é ainda uma eleição democrática. Eu vi um forte uso de recursos do Estado em favor do MPLA. Vimos como eleitores em Cabinda foram pressionados. Vi como militares estavam posicionados de forma ostensiva em locais de votação. Isso foi um sinal para os eleitores. Vimos também uma cobertura muito tendenciosa pela imprensa. Isso significa que muitas pessoas talvez não tivessem de fato opção", afirmou.

Apuradas mais de 70% das urnas, o MPLA, do presidente José Eduardo dos Santos, está na frente com mais de 80% dos votos. A Unita, partido de oposição, tem pouco mais de 10%. A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) já reconheceu a vitória do MPLA. (as)

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