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Pandemia aumenta procura por terapia do carinho

19 de novembro de 2021

[Vídeo] O isolamento social provocado pela pandemia ampliou a sensação de solidão – inclusive entre os jovens – e levou ao aumento da procura pela "terapia do carinho". À base de contato físico não erótico, ela está em alta na Europa, mas ainda é muito estigmatizada.

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O carinho é algo que fazemos, em geral, com o nosso parceiro, filhos ou amigos. Mas, desde o início da pandemia, cada vez mais pessoas estão à procura de terapeutas profissionais do carinho para ajudar a combater seus sentimentos de solidão e isolamento que dispararam e continuaram altos mesmo com o fim dos lockdowns.

"Com a pandemia, chegaram muitos pedidos de pessoas que agora, de repente, se deram conta do quanto elas precisam do toque e do quanto esse contato lhes fazem falta. Novas solicitações mostram que existe agora uma necessidade ainda maior", conta Elise Meyer, profissional de terapia do carinho. "E agora, depois do coronavírus, as solicitações se estabilizaram em um, dois, três pedidos por dia – em vez de um por semana."

Estudos mostram que muitas pessoas em todo o mundo se sentiram mais sozinhas desde o início da pandemia, especialmente em nações desenvolvidas e em grandes cidades. De acordo com uma pesquisa feita pela Comissão Europeia, a frequência do sentimento de isolamento social dobrou entre os cidadãos da UE desde o surto do coronavírus – e os jovens e solteiros são especialmente afetados.  

"Uma questão é que a pandemia piorou a nossa solidão. A outra questão é que ela revelou a nossa solidão. A pandemia tornou essa solidão mais severa e aguda", afirma Richard Weissbourd, psicólogo da Escola de Pós-graduação Harvard. "Mas este é um problema epidêmico: tem implicações para a saúde, para a saúde mental e realmente precisamos prestar muita atenção."

Especialistas dizem que uma forma de combater essa sensação de solidão e isolamento é por meio do contato físico. O toque físico tem um imenso impacto na nossa saúde física e mental, até porque o carinho libera o hormônio oxitocina.

Apesar dos efeitos positivos do carinho, ainda há muito estigma em torno dele, o que torna difícil falar sobre o assunto. A necessidade de contato físico ainda é um tabu em muitos países, especialmente em sociedades do centro e norte da Europa, onde o toque físico não é tão presente e estabelecido como em outros lugares e é percebido com frequência como algo imoral ou sexual.

"Eu falei sobre isso com algumas pessoas, e elas logo pensaram em serviços como o de prostituição, o que eu considero bem injusto, especialmente se você mesmo ainda não experimentou", disse um cliente. "É esse tipo de estigmatização que acontece. Isso confirma que ainda há necessidade de comunicar mais sobre isso ou de ser fazer um trabalho de divulgação."