1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Países do Golfo pedem mais ação para acabar com conflitos na Síria

25 de dezembro de 2012

Em declaração após encontro no Bahrein, Conselho de Cooperação do Golfo faz apelo internacional por ações "sérias e rápidas" para cessar o massacre. Países também querem que o Irã pare de interferir na região árabe.

https://p.dw.com/p/178x8
Dignitaries pose for a group photo prior to the start of the Gulf Cooperation Council (GCC) Summit at Sakhir Palace in Sakhir south of Manama, Bahrain, December 24, 2012. (From L-R) Bahrain's Prime Minister Prince Khalifa bin Salman al-Khalifa, Emirates' Vice President Sheikh Mohammed bin Rashid al-Maqtoom, Deputy Premier of Omani Cabinet Affairs Fahd Bin Humoud Al Saieed, Emir of Kuwait Sheikh Sabah al Ahmed, King of Bahrain Hamad bin Isa al Khalifa, Saudi Crown Prince Salman al Saud, Qatari Crown Prince Sheikh Tameem bin Hamad al Thani and Bahrain Crown Prince Prince Salman bin Hamad al-Khalifa. REUTERS/Hamad I Mohammed (BAHRAIN - Tags: POLITICS ROYALS BUSINESS)
Foto: Reuters

Ao encerrarem nesta terça-feira (25/12) um encontro de dois dias, os seis países que formam o Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico (CCG) emitiram uma declaração com um apelo à comunidade internacional para acabar com os confrontos sangrentos na Síria. Eles também pediram ao Irã que pare com o que consideram ser uma interferência na região.

No comunicado, lido pelo secretário-geral do CCG, Abdulatif al-Zayani, Omã, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Qatar, Bahrein e Kuwait reafirmam a necessidade de uma ação urgente na Síria. "Pedimos à comunidade internacional por movimentos sérios e rápidos a fim de parar esses massacres e os severos ataques que contrariam todas as religiões, leis internacionais e princípios humanitários."

A mensagem também destaca o apoio do conselho aos esforços do enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi, no intuito de levar a paz ao país, e afirma que o CCG espera que a atuação de Brahimi "ajude na busca de um acordo dentro do Conselho de Segurança (da ONU)."

Nesta segunda-feira (24/12), Brahimi encontrou-se pela terceira vez em quatro meses com o presidente sírio, Bashar al-Assad, em Damasco – e, mais uma vez, sem sucesso nas negociações de paz. Nesta terça-feira, o mediador argelino conversou com representantes da oposição ao governo sírio.

O CCG defende a saída de Assad do poder. No mês passado, os países do Golfo reconheceram a recém-formada coalizão de oposição ao governo em Damasco como legítima representante do povo sírio.

Críticas ao Irã

O comunicado também critica o Irã por tentar intervir em questões internas envolvendo a soberania dos Estados da região. "O conselho expressa sua rejeição e condenação à contínua interferência do Irã nas relações entre os países do Conselho de Cooperação do Golfo e pede ao Irã que cesse tais políticas", traz a declaração, sem especificar, porém, de que interferência os países do Golfo acusam o governo de Mahmud Ahmadinejad.

Boa parte do descontentamento expresso por meio da declaração conjunta, no entanto, refere-se a uma posição do Bahrein. Mais cedo, o ministro do Exterior do Bahrein havia declarado que o Irã era uma "ameaça muito séria", ressaltando o programa nuclear do país.

O governo em Manama já acusou Teerã de ter provocado agitações que levaram a protestos pró-democracia no ano passado no Bahrein, liderados principalmente pela maioria islâmica xiita. As autoridades sunitas do país tiveram trabalho para conter os protestos, e chegou a pedir ajuda a forças de segurança da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes.

O CCG foi estabelecido em 1981 com o objetivo de melhorar a cooperação entre seus Estados-membros. Apesar de pouco populosos, os países integrantes ostentam enorme influência, não só por suas conexões nos setores globais de energia e investimentos, como devido às generosas ajudas internacionais e ao fato de a Arábia Saudita ser a sede dos dois locais sagrados para o Islamismo.

MSB/rtr,afp
Revisão: Augusto Valente