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Otan não enviará tropas à Ucrânia em caso de ataque russo

30 de janeiro de 2022

Secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, disse que a possibilidade de destacar soldados para o território ucraniano está fora de questão. No entanto, Otan afirma que ajudará o país de outras formas.

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Soldado com roupa camuflda e capacete repara uma trincheira em meio a muita neve.
Soldado ucraniano depara trincheira danificada. Foto: Vadim Ghirda/AP/dpa/picture alliance

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, descartou neste domingo (30/01) a possibilidade de a Aliança Atlântica enviar tropas de combate para a Ucrânia caso a Rússia ataque o país.  

"Há uma diferença entre ser um membro da Otan e ser um parceiro forte e altamente valorizado [como a Ucrânia]. Não há dúvida sobre isso", disse ele em entrevista à BBC.

Segundo Stoltenberg, pela Ucrânia não fazer parte da Otan, não se aplica a Kiev a "garantia de segurança de 100% de que um ataque a um aliado gerará uma resposta" de toda a Aliança.

No entanto, ele reforçou que isso não significa que a Otan não apoiará a Ucrânia.

"Estamos nos concentrando em oferecer apoio à Ucrânia, ajudando-a a exercer o seu direito de autodefesa. Ao mesmo tempo, estamos enviando uma mensagem à Rússia de que imporemos sanções severas se, mais uma vez, usarem a força contra a Ucrânia", destacou Stoltenberg, que defende uma solução diplomática para as tensões. 

Na sexta-feira, os Estados Unidos se comprometeram a enviar tropas a países aliados do Leste Europeu,mas não à Ucrânia. 

Reino Unido oferecerá reforço à Otan

O Reino Unido anunciou no sábado que se oferecerá à Otan nesta semana para contribuir com um "grande esquema militar" para "fortalecer as fronteiras da Europa" diante da "hostilidade" da Rússia.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, apresentará "a maior oferta possível" para acrescentar caças, navios de guerra e "especialistas militares" do Exército britânico às operações da Aliança Atlântica, detalhou um comunicado de Downing Street.

"Ordenei que as nossas Forças Armadas que se preparem para se deslocar para a Europa na próxima semana, para garantir que estamos prontos para apoiar os nossos aliados da Otan por terra, mar e ar", disse Johnson.

Representantes do governo britânico viajarão a Bruxelas nos próximos dias para finalizar com os parceiros da Otan os detalhes do "possível destacamento" de tropas, disse Downing Street, enquanto o gabinete discutirá as "opções militares" nesta segunda-feira.

Johnson argumentou que, se o presidente russo, Vladimir Putin, "escolher um caminho de derramamento de sangue e destruição, será uma tragédia para a Europa". Mas "a Ucrânia deve ser livre para decidir o seu futuro", ponderou.

"Mensagem clara" à Rússia

Os planos de Londres incluem a duplicação do número de tropas atualmente mantidas na região e o envio de mais "armamento defensivo" para a Ucrânia.

O Reino Unido tem atualmente mais de 900 militares na Estônia, mais de 100 na Ucrânia e 150 na Polônia. Os novos recursos deverão servir para "reforçar as defesas da Otan" e "sustentar o apoio aos parceiros nórdicos e bálticos", descreveu o governo.

"Este pacote enviará uma mensagem clara ao Kremlin: não toleraremos as atividades desestabilizadoras e estaremos sempre ao lado dos nossos aliados da Otan para enfrentar a hostilidade da Rússia", acrescentou o premiê.

Johnson planeja conversar com Putin por telefone nos próximos dias e fazer uma visita à região, cujos detalhes ainda não foram anunciados.

Rússia nega ataque

O secretário do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev, reafirmou  neste domingo que a Rússia não quer uma guerra com a Ucrânia e sublinhou que Moscou não está ameaçando o país vizinho.

"Não queremos guerra, não precisamos disso", disse Patrushev.

As autoridades de Kiev e o Ocidente acusam a Rússia de ter concentrado cerca de 100.000 soldados na sua fronteira com a Ucrânia com a intenção de invadir novamente o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia. 

A Ucrânia também está envolvida numa guerra com separatistas pró-russos na região industrial do Donbass, no leste do país, desde 2014, que diz ser fomentada e apoiada militarmente por Moscou e que provocou cerca de 14 mil mortos, segundo a ONU.

le (lusa, efe, ots)