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"Otan não intervirá na Ucrânia", diz chanceler alemão

17 de março de 2022

Em Berlim, Olaf Scholz confirma a decisão de não se envolver diretamente na guerra da Rússia contra o país vizinho. Secretário-geral da Otan Stoltenberg reitera: papel da aliança é evitar que conflito escale mais ainda.

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Secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, em Berlim
Secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, em BerlimFoto: Michael Sohn/AP Photo/picture alliance

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, encontrou-se com o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, e a ministra do Exterior, Annalena Baerbock, nesta quinta-feira (17/03) em Berlim, num momento em que a guerra na Ucrânia entra em sua quarta semana.

Pouco antes, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, falara por videoconferência à câmara baixa do parlamento alemão (Bundestag). Scholz começou elogiando as "palavras admiráveis" do mandatário, porém reiterou a recusa da Organização do Tratado do Atlântico de auxiliar diretamente a Ucrânia contra os invasores russos: "Uma coisa precisa também estar clara: a Otan não vai intervir militarmente nesta guerra."

O posicionamento do líder alemão corroborou declarações anteriores de Stoltenberg em Berlim de que um envolvimento na Ucrânia aumentaria a probabilidade de a guerra se alastrar, enquanto a aliança militar tem "a responsabilidade de evitar que esse conflito escale mais ainda": "Isso seria ainda mais perigo e causaria mais sofrimento, mortes e destruição", justificou.

Mais tropas alemãs no flanco oriental – talvez

Durante sua visita a Berlim, o político norueguês encontrou-se ainda com a ministra alemã da Defesa, Christine Lambrecht. Na ocasião, ele elogiou como "notável" o recente comprometimento do país com um fundo de defesa de 100 bilhões de euros, além dos planos de dedicar 2% de seu PIB para o orçamento de defesa.

Por sua vez, Baerbock anunciou que a Alemanha está considerando estacionar mais tropas no flanco oriental da Otan. Após os brutais ataques do exército russo à cidade portuária de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, cerca de uma semana atrás, a chefe da diplomacia alemã perguntou: "Que tipo de alvo militar é uma clínica de maternidade com mulheres grávidas? Que alvo militar é um teatro?"

Kiev tem repetidamente apelado pela ajuda da União Europeia e da Otan, sobretudo na forma de uma zona de exclusão aérea sobre o país. O Parlamento da Lituânia aprovou unanimemente uma resolução em favor da zona de exclusão, alinhando-se assim com a Estônia e a Eslovênia.

Elogios a Berlim

Ao chegar a Berlim, Jens Stoltenberg também louvou o país hospedeiro por seu papel central na Otan: "A Alemanha fica no coração da Europa e no coração da Aliança Transatlântica", portanto sua liderança é crucial no atual momento de crise entre a Europa e a Rússia.

"Eu saúdo a Alemanha por fornecer diversos tipos de apoio à Ucrânia", comentou, destacando a ajuda militar, humanitária e política, além do acolhimento de parte dos refugiados de guerra.

Além disso o secretário-geral da Otan elogiou a "coragem política" do país de alterar uma antiga política de sub-investimento em defesa, ao dedicar 2% de seu Produto Interno Bruto para a defesa e anunciar a compra de jatos de combate F-35.

av (Reuters AFP)