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SaúdeRepública Democrática do Congo

OMS monitora caso de ebola na República Democrática do Congo

9 de outubro de 2021

Após morte de criança que testou positivo para a doença, cerca de 100 pessoas estão sendo monitoradas pelas autoridades de saúde. Último surto da doença na região foi declarado encerrado há apenas cinco meses.

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Pessoa com roupa de proteção desinfeta um local. Outra pessoa com máscara e luvas observa.
O ebola chega a ter taxa de mortalidade de até 90%Foto: Sia Kambou/AFP/Getty Images

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou neste sábado (09/10) que trabalha em conjunto com autoridades de saúde da República Democrática do Congo para investigar um novo caso de ebola, apenas cinco meses após um surto da doença ter sido declarado encerrado.

O Ministério da Saúde congolês informou na noite de sexta-feira que um menino de três anos, que havia sido hospitalizado com a doença, morreu no dia 6 de outubro.

A criança testou positivo perto da cidade de Beni, na província de Kivu do Norte, um dos epicentros do surto mortal de ebola de 2018-2020, que matou mais de 2.200 pessoas e foi o segundo mais mortal da doença já registrado.

"O Kivu do Norte tem sido atingido por surtos de ebola nos últimos anos", disse a diretora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti. "Mas isso criou uma experiência local e conscientização da comunidade, abrindo caminho para uma resposta rápida", acrescentou.

Contatos estão sendo monitorados

O ministro da Saúde da República Democrática do Congo, Jean Jacques Mbungani, disse na sexta-feira que, após a morte da criança, cerca de 100 pessoas que podem ter sido expostas ao vírus foram identificadas. Elas estão sendo monitoradas pelas autoridades para ver se desenvolvem algum sintoma do ebola.

"Graças à experiência adquirida no manejo da doença pelo vírus ebola durante epidemias anteriores, estamos confiantes de que as equipes de resposta conseguirão controlar esse surto o mais rapidamente possível", disse Mbungani.

Um relatório interno do laboratório biomédico do Congo apontou que três dos vizinhos da criança também apresentaram sintomas consistentes com ebola no mês passado. Eles também morreram, mas não foram testados para a doença.

Não é incomum que casos esporádicos ocorram após um grande surto, dizem especialistas em saúde. No entanto, é muito cedo para dizer se esse caso está relacionado aos surtos anteriores. A cidade de Beni é um centro comercial com ligações aos países vizinhos Uganda e Ruanda.

A República Democrática do Congo registrou 12 surtos de ebola desde que uma equipe de pesquisadores belgas descobriu o vírus, em 1976, quando o país africano ainda se chamava Zaire.

O vírus pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.

Sintomas de ebola

O ebola é uma doença infecciosa altamente contagiosa que chega a ter taxa de mortalidade de até 90%. Ela é bem mais letal que a covid-19, mas, ao contrário do novo coronavírus, os pacientes apresentam sintomas explícitos e imediatos que tornam a doença muito mais fácil de rastrear.

Por exemplo, especialistas rastrearam o surto de 2014 até morcegos que viviam em uma árvore oca onde crianças brincavam em uma parte remota da Guiné.

Pessoas infectadas podem apresentar febre, dores musculares, dor de garganta, diarreia, vômitos e sangramento tanto interna quanto externamente. Elas geralmente morrem de desidratação ou falência múltipla de órgãos. Não há cura específica para a doença, mas as vacinas são usadas desde 2019.

Em fevereiro, pouco mais de cinco anos depois de ser declarado um território livre do ebola,a Guiné declarou uma "situação epidêmica"após um novo surto da doença causar pelo menos sete casos e três mortes.

le (efe, reuters, AP, dpa)