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CriminalidadeSérvia

Oito morrem em segundo ataque a tiros na Sérvia em dois dias

5 de maio de 2023

Ao menos outras 14 pessoas foram feridas. Atirador disparou de carro contra passantes em três vilarejos. Suspeito foi preso com granadas de mão e arsenal. Incidente ocorre um dia após massacre em escola do país.

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Dois policiais armados com fuzis, de roupas escuras e usando balaclava
Policiais na cidade de Dubona, um dos palcos do segundo massacre em dias na SérviaFoto: Armin Durgut/AP Photo/picture alliance

A polícia da Sérvia prendeu nesta sexta-feira (05/05) um rapaz de 21 anos suspeito de matar a tiros oito pessoas e ferir outras 14, após uma caçada humana durante toda a madrugada. O incidente é registrado um dia após um adolescente de 13 anos matar nove pessoas a tiros numa escola primária da capital do país, Belgrado.

"Após uma extensa busca, membros do Ministério do Interior detiveram U.B., nascido em 2002 na região de Kragujevac", informou o ministério em comunicado, se referindo a uma localidade no centro da Sérvia e cerca de 100 quilômetros ao sul da capital.  A pasta informou que todos os feridos foram hospitalizados.

Segundo a TV estatal RTS, o suspeito foi preso na casa de um parente e estava em posse de quatro granadas de mão e uma grande quantidade de armas e munições ilegais.

O incidente ocorreu na noite de quinta-feira em três povoados localizados nos arredores de Mladenovac, cerca de 50 quilômetros ao sul de Belgrado. O jovem de 21 anos percorreu as localidades disparando uma arma automática de um veículo em movimento antes de fugir, informou a RTS.

Policiamento reforçado

A estrada que liga as cidades de Malo Orasje e Dubona, onde ocorreu o ataque, foi bloqueada pela polícia. Cerca de 600 policiais foram destacados para patrulhar a região.

Parentes preocupados se reuniram do lado de fora de um centro médico de emergência em Belgrado, para onde foram levadas pelo menos oito das pessoas feridas no ataque, disse a televisão N1.

A ministra sérvia da Saúde, Danica Grjuicic, visitou o local. O ministro do Interior, Bratislav Gasic, afirmou que se tratou de um "ato terrorista", segundo a RTS.

Massacre em escola

A prisão do suspeito coincide com o início dos três dias de luto decretado pelo governo após o massacre ocorrido nesta quarta-feira em uma escola primária de Belgrado, onde um menino de 13 anos usou armas de seu pai para matar oito alunos e um segurança da instituição.

Além dos nove mortos, seis alunos e um professor ficaram feridos. Dois deles encontram-se em situação crítica após terem sido submetidos a várias cirurgias, segundo autoridades médicas.

O agressor foi preso logo após o massacre ainda no terreno da escola, onde aguardava a chegada da polícia, tendo sido encaminhado a um hospital psiquiátrico. O pai dele, um médico renomado, foi preso e deve prestar depoimento nesta sexta-feira em tribunal. A mãe também foi interrogada.

Tipo de ataque raro no país

A violência armada é rara na Sérvia, um país de 7 milhões de pessoas com cerca de 765 mil armas registradas. O último massacre antes desta semana havia sido em 2013, quando um veterano de guerra matou 13 pessoas num vilarejo na região central do país.

O Ministério do Interior instou os proprietários de armas a mantê-las em lugares trancados e alertou que elas podem ser confiscadas de quem não seguir esta instrução.

O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, que classificou o dia do ataque a escola de Belgrado como "um dos mais difíceis da história contemporânea" do país, também pediu o fortalecimento das medidas de controle de armas e propôs uma moratória de dois anos para a concessão de novas licenças.

A escola Vladislav Ribnikar, que atende alunos de 7 a 15 anos no centro de Belgrado, permaneceu fechada na quinta-feira, com policiais vigiando a entrada do prédio.

Centenas de pessoas compareceram ao local para depositar flores, brinquedos e acender velas em um memorial improvisado. Também houve homenagens em outras cidades sérvias como Nis e Kragujevac, na capital croata Zagreb e em Banja Luka, centro administrativo da República Sérvia da Bósnia.

md/lf (AFP, AP)