1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Ocidente promete sanções conjuntas caso Ucrânia seja atacada

12 de fevereiro de 2022

Líderes da UE e de oito países membros da Otan, entre eles Alemanha e EUA, afirmam que querem evitar guerra e apelam à Rússia para resolução diplomática. Moscou classifica alegações de ataque iminente como "histeria".

https://p.dw.com/p/46uXw
Mísseis sendo colocados em um caminhão. Abaixo, há três soldados com roupas camuflada.
Soldados ucranianos carregam mísseis guiados antitanque Javelin entregues pelos EUAFoto: Efrem Lukatsky/AP/dpa/picture alliance

Líderes da União Europeia (EU) e de oito países membros da Otan prometeram nesta sexta-feira (11/02) rápidas e duras sanções contra a Rússia caso o país ataque a Ucrânia.

Os mandatários de Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Polônia, Romênia, França, Alemanha e Canadá, além do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, conversaram por videoconferência sobre a iminência de um ataque de Moscou a Kiev.

"Os aliados estão determinados a tomar em conjunto sanções rápidas e drásticas contra a Rússia no caso de novas violações da integridade territorial e soberania da Ucrânia", disse Steffen Hebestreit, porta-voz do chanceler federal alemão, Olaf Scholz, no Twitter, após a reunião.

"Todos os esforços diplomáticos visam persuadir Moscou a diminuir a escalada. É importante evitar uma guerra na Europa", acrescentou.

A Alemanha classificou a situação como "muito, muito séria". O governo alemão disse, em comunicado oficial, que todos os participantes do encontro virtual "compartilham sua grande preocupação com o aumento das tensões devido às atividades militares russas".

A nota também ressalta que os líderes "expressaram sua contínua solidariedade e apoio à Ucrânia" e "reiteraram o apelo para que a Rússia acalme a situação e resolva as questões pendentes por meio do diálogo".

Todas as opções na mesa

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apontou que todas as opções estão na mesa e que as possíveis sanções à Rússia afetariam "os setores financeiro e energético, bem como as exportações de produtos de alta tecnologia", segundo uma nota divulgada pelo seu gabinete.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse temer "pela segurança da Europa nas circunstâncias atuais", conforme uma nota de Downing Street.

Militares descarregam caixas no aeroporto.
Artigos militares chegam a UcrâniaFoto: Reuters

A videoconferência ocorreu após o secretário de Estado americano, Antony Blinken, alertar nesta sexta-feira que a Rússia pode invadir "a qualquer momento a Ucrânia".

O chefe dos serviços secretos noruegueses garantiu nesta sexta-feira que está tudo pronto, do ponto de vista operacional, para um amplo espectro de operações militares russas na Ucrânia, sublinhando que a decisão do que acontecerá pertence agora ao Kremlin.

Rússia fala em "histeria"

A Rússia descreveu nesta sexta-feira como "histeria" as notícias sobre um ataque iminente à Ucrânia.

"A histeria da Casa Branca é mais reveladora do que nunca. Os anglo-saxões querem a guerra a todo custo", disse a porta-voz do Ministério do Exterior da Rússia, Maria Zakharova, em suas redes sociais.

Segundo Zakharova, provocações, desinformação e ameaças são "o método preferido dos anglo-saxões para resolver problemas próprios".

"A máquina político-militar americana está pronta para usar vidas humanas novamente. O mundo inteiro está vendo como o militarismo e as ambições imperiais se revelam", acrescentou a porta-voz.

Tentativas diplomáticas

As muitas reuniões virtuais e encontros presenciais dos últimos dias não foram capazes de avançar nas negociações de paz. Os esforços diplomáticos europeus devem seguir nos próximos dias. De acordo com a agência de notícias EFE, os presidentes americano, Joe Biden, e russo, Vladimir Putin, conversarão por telefone neste sábado.

A agência portuguesa Lusa noticiou que Macron também conversará com o presidente russo neste sábado.

Na segunda-feira, Olaf Scholz visitará Kiev para um encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Depois, na terça-feira, econtrará Putin em Moscou.

Em meio as tensões, os Estados Unidos pediram que seus cidadãos deixem a Ucrânia em até 48 horas. Coreia do Sul, Holanda, Dinamarca, Estônia, Letônia e Reino Unido fizeram apelos semelhantes.

Militares de capacete e máscara perfilados.
Soldados dos EUA fazem fila durante a visita do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, na base aérea Mihail Kogalniceanu, na Romênia,Foto: Andreea Alexandru/AP Photo/picture alliance

A União Europeia decidiu permitir que a equipe não essencial de sua representação diplomática em Kiev deixe o país. "Não estamos evacuando. No momento, o pessoal não essencial recebeu a oportunidade de teletrabalho de fora do país", disse à agência EFE o porta-voz comunitário de Exteriores, Peter Stano.

Israel anunciou a retirada das famílias de diplomatas e funcionários da embaixada em Kiev.

Tensão na fronteira com a Ucrânia

Segundo estimativas de países ocidentais, a Rússia mantém mais de 100.000 soldados próximo às fronteiras com a Ucrânia. Além disso, realiza exercícios militares em Belarus com cerca de 30.000 soldados, bem como manobras no Mar Negro. 

Moscou, que já anexou a península da Crimeia em 2014, nega qualquer movimento agressivo em direção à Ucrânia, mas condiciona qualquer desescalada a uma série de requisitos, incluindo a garantia de que Kiev nunca integrará a Otan, algo que o Ocidente considera inaceitável.

A escalada na tensão tem feito países aliados da Otan a enviarem tropas, bem como armas e veículos de guerra a países do Leste Europeu. 

le (Lusa, EFE, ots)