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Negacionistas da covid-19 desistem de passeata em Berlim

2 de setembro de 2020

Iniciativa que promoveu protestos transfere novo evento para sul do país. Decisão seria reação à participação de neonazistas nos atos. Anúncio vem após cidade determinar obrigatoriedade de máscara em reuniões públicas.

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Extremistas de direita com bandeiras do Império Alemão diante do Portão de Brandemburgo
Extremistas de direita com bandeiras do Império Alemão em ato contra restrições da covid-19 em BerlimFoto: picture-alliance/SULUPRESS/MV

A iniciativa que organizou duas grandes manifestações em Berlim contra as restrições impostas pelo governo para conter a pandemia de coronavírus informou nesta quarta-feira (02/09) que, por enquanto, não planeja promover novos protestos na capital alemã.

Segundo o ativista e empresário Michael Ballweg, da liderança do movimento Querdenken 711, originário de Stuttgart, as manifestações em Berlim contra medidas restritivas para o controle da covid-19 devem se organizadas agora por grupos regionais afiliados à iniciativa.

Conforme informações da mídia, o protesto planejado para ocorrer em 3 de outubro na capital alemã foi transferido para a cidade de Constança, no sudoeste da Alemanha. A decisão seria uma reação da iniciativa à participação de extremistas de direita nas passeatas em Berlim.

O anúncio veio após a as autoridades berlinenses determinarem nesta terça-feira a obrigatoriedade do uso de máscaras em reuniões públicas de mais de 100 pessoas na cidade. Ballweg, porém, negou que a mudança do local do próximo protesto seja uma resposta ao novo regulamento, que entra em vigor neste sábado. "Não, de jeito nenhum. Isso já foi anunciado no palco no dia 29", ressaltou.

Berlim: extremistas protestam contra restrições por covid-19

Eventos promovidos pelo grupo Querdenken em 1º de agosto e no último sábado reuniram em Berlim dezenas de milhares de pessoas vindas de toda a Alemanha. Os protestos vêm sendo alvo de críticas porque muitos participantes ignoram medidas de higiene em vigor, como o distanciamento social, e não usam máscaras.

As passeatas também causaram polêmica por contarem com a participação de extremistas de direita, incluindo grupos autodenominados Reichsbürger (cidadãos do Reich), que negam a legitimidade do atual Estado alemão pós-guerra e querem o retorno das fronteiras nacionais de 1937.

Em entrevista à emissora RBB na noite de terça-feira, Ballweg rejeitou as críticas de que o movimento esteja sendo utilizado por extremistas. "Não vi extremistas de direita", disse, garantindo que seu movimento "é democrático", não inclui "nem extremistas de esquerda nem de direita" e que pretende ser mais cuidadoso quanto à possível participação de extremistas e pessoas potencialmente violentas.

Na noite do sábado, depois que foi dispersado o protesto envolvendo cerca de 38 mil negacionistas da covid-19 em Berlim, centenas de pessoas, grande parte extremista de direita, forçaram a entrada do Reichstag, prédio do Parlamento alemão. O episódio provocou protestos de diversos políticos alemães, incluindo a chanceler federal alemã, Angela Merkel.

MD/dpa/afp