1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Na ONU, papa critica ânsia por bens materiais

25 de setembro de 2015

Em discurso na Assembleia Geral da Nações Unidas, pontífice diz que afã de poder e bem-estar material ameaça meio ambiente e gera exclusão. Francisco também elogia acordo nuclear com Irã e pede fim do narcotráfico.

https://p.dw.com/p/1Gdi2
Foto: Getty Images/AFP/T.A. Clary

Em pronunciamento na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o papa Francisco condenou nesta sexta-feira (25/09) a ânsia por bens materiais e poder, que estariam destruindo os recursos naturais e agravando a pobreza.

"O abuso e a destruição do meio ambiente são acompanhados de um processo de exclusão. Um afã egoísta e ilimitado de poder e bem-estar material leva tanto ao abuso dos recursos materiais disponíveis quanto à exclusão dos mais fracos", disse Francisco.

Francisco disse estar confiante de que a Conferência do Clima de Paris, em dezembro, vai resultar em "acordos fundamentais e efetivos" para a redução das emissões de poluentes e a proteção do clima.

O pontífice argentino também classificou o sistema econômico mundial como opressivo. Ele criticou privilégios de alguns países nos processos de tomada de decisão na ONU e instituições financeiras que aplicam medidas que prejudicam nações em desenvolvimento.

"Os organismos financeiros internacionais devem se preocupar com o desenvolvimento sustentável nos países mais pobres", defendeu o papa.

Violência

Ao citar os conflitos na Síria, Ucrânia, Líbia e Sudão do Sul, Francisco pediu articulação internacional para prevenir a violência contra minorias étnicas e religiosas e para proteger pessoas inocentes.

"Para isso, é preciso conter a distribuição de armas de destruição massiva, como as nucleares, e observar as leis internacionais", disse. "A guerra é a negação de todas as liberdades e ameaça o meio ambiente."

Francisco elogiou o acordo nuclear do Irã e disse que a negociação é uma "prova do potencial da vontade política".

O papa também comentou a guerra mundial contra o narcotráfico, que descreve como "outro tipo de conflito que silenciosamente mata as pessoas". "É uma guerra assumida, mas pobremente combatida."

"O narcotráfico é acompanhado pelo tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro, tráfico de armas, exploração infantil e outras formas de corrupção. Isso cria organizações paralelas, que prejudicam a credibilidade de nossas instituições", afirmou o pontífice.

Essa é a quinta vez que um papa visita a ONU. Francisco destacou a importância do papel da entidade na mediação de conflitos e negociações e na elaboração de leis humanitárias. "Sem todas as intervenções no cenário internacional, a humanidade poderia não ter sobrevivido", afirmou.

O pontífice defendeu que o poder dos países deve ser limitado. "A limitação de poder é o principio para que a leis sejam cumpridas. As nações não podem ser onipotentes e passar sobre a dignidade e direitos de outras pessoas."

KG/efe/rtr/dpa