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Alemanha: quase o triplo de mortes por covid-19 em dezembro

Alex Berry
2 de janeiro de 2021

Último mês de 2020 registra mais da metade dos óbitos associados ao coronavírus desde o inicio da pandemia no país, além de 675 mil novas infecções. Somente na noite de Natal, foram mais de 32 mil novos casos da doença.

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Dezembro de 2020 foi o mês mais mortal desde o início da pandemia na Alemanha
Dezembro foi o mês mais mortal desde o início da pandemia na AlemanhaFoto: Ina Fassebnder/AFP/Getty Images

O mês de dezembro foi, de longe, o mais mortal desde o início da pandemia na Alemanha, com o registro de quase o triplo de mortes em todo o país desde novembro.

Entre os dias 2 de dezembro e 1º de janeiro, foram 16.718 mortes associadas ao coronavírus, segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental de prevenção e controle de doenças infecciosas.

Em todo o mês de novembro, o total de mortes por covid-19 na Alemanha foi de 6.155, número até modesto se comparado ao do mês seguinte, quando ocorreram mais da metade de todos os óbitos no país desde o surgimento da doença.

No total, 33.960 pessoas morreram de covid-19 na Alemanha desde o inicio da pandemia, segundo o RKI.

Aumento exponencial de casos

As contagens diárias das fatalidades na Alemanha também dispararam nos últimos meses. Em setembro, o país chegou a registrar 198 mortes em um período de 24 horas. Somente no dia 30 de dezembro, com 1.129 óbitos, o total de vítimas da doença quase se igualou à soma das mortes ocorridas em setembro e outubro. 

As infecções também continuam em alta, com 675.188 casos somente em dezembro, superando em muito as previsões da chanceler federal Angela Merkel, que em setembro havia alertado para a possibilidade de haver até 19 mil infecções diárias até o Natal.

Na noite de Natal, a Alemanha registrou 32.195 novos casos, segundo o RKI, ou seja, quase 70% a mais do que previra a chefe de governo. O total de infecções até o final de 2020 foi de 1.729.737.

Possível extensão do lockdown

Enquanto o número de casos começou a diminuir em algumas regiões, estados como a Saxônia e partes da Baviera viram as infecções aumentarem. Muitas autoridades de saúde e políticos já defendem a ampliação do lockdown, que se encerraria no dia 10 de janeiro, com hospitais e UTIs sobrecarregados em várias partes do país.

"O sistema de saúde precisa desesperadamente de alívio, o que somente poderá ocorrer com a extensão das medidas para restringir os contatos. Não conseguiremos ter controle sobre a situação de outra forma”, alertou Susanne Johna, do sindicato médico Marburger Bund.

Os governadores dos 16 estados alemães e o gabinete da chanceler federal Angela Merkel se reunirão na próxima terça-feira para discutir a possibilidade de ampliação do lockdown,

Críticas à campanha de vacinação alemã

Dezembro também foi o mês que marcou o inicio da vacinação contra o coronavirus na Alemanha  e em outros países da União Europeia (UE). Desde o início da vacinação, no dia 26 de dezembro, até o final do mês, 131.629 pessoas receberam as primeiras doses do imunizante.

Ainda assim, o governo vem sendo criticado por não garantir antecipadamente a aquisição de doses suficientes. Ao contrário do Reino Unido e dos Estados Unidos, a UE apenas autorizou a aplicação de uma vacina, a da Pfizer-Biontech.

O bloco europeu encomendou antecipadamente um total de 300 milhões de doses do imunizante, na expectativa de que outros também estariam disponíveis. A empresa de biotecnologia alemã Biontech já declarou que busca aumentar a produção, mas que enfrenta algumas dificuldades.

De qualquer forma, Johna, do sindicato Marburger Bund, não acredita que a vacinação fará com a vida retorne rapidamente ao normal. “Apesar de todo o otimismo, precisamos estar cientes de que as vacinas não vão reduzir as infecções, pelo menos não nos três primeiros meses do ano”, observou.