Museu reúne relíquias do modernismo literário alemão
15 de janeiro de 2006Apesar de ter apenas 15 mil habitantes, a cidade de Marbach, no sul da Alemanha, pode ser considerada o acervo literário central do país, com os espólios de escritores de língua alemã. Além do Arquivo Alemão de Literatura e do Museu Nacional Schiller, Marbach vai sediar a partir de junho próximo o Museu de Literatura do Modernismo (Literaturmuseum der Moderne, LiMo).
Livros, conchas e ipê
O projeto do museu, cuja construção foi finalizada oficialmente esta semana, é do arquiteto londrino David Chipperfield. Com mil metros quadrados de área para uma mostra permanente do acervo e exposições temporárias, o espaço pretende ilustrar o processo de criação de um escritor através de manuscritos e outros materiais de arquivo.
O museu já foi apelidado de câmara obscura por causa da iluminação de 50 lux, o limite máximo de luminosidade a que papel e tinta podem ser expostos sem riscos de descoloração. O que o singulariza é uma mistura de materiais desde concreto aparente, madeira de ipê, calcário de conchas e blocos pré-fabricados de cimento.
Fetiche da escritura
Entre as peças de maior destaque da mostra permanente estão, por exemplo, o manuscrito de O Processo, de Franz Kafka, Berlim Alexanderplatz, de Alfred Döblin, Ser e Tempo, de Martin Heidegger, além de poemas de Hugo von Hofmannsthal, Rainer Maria Rilke, Gottfried Benn, Paul Celan e cartas de Hermann Hesse e Thomas Mann.
A mostra também aproxima o visitante da esfera privada dos escritores, reunindo objetos pessoais, como certificados escolares, carteiras de identidade, cadernos de anotações, álbuns de fotografia, além de expor as bibliotecas pessoais dos autores.
Durante esta semana, o edifício ainda vazio abriu suas portas para visitas públicas. O acervo vai ser instalado nos próximos meses, até a inauguração em 6 de junho.