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Moção de censura derruba governo da Romênia

5 de fevereiro de 2020

Tentativa de reforma eleitoral que prejudicaria oposição foi gatilho para moção. Agora presidente romeno deve nomear novo primeiro-ministro.

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Primeiro-ministro da Romênia, Ludovic Orban, fala ao celular no parlamento, cobrindo a boca
Ludovic Orban e seu partido podem acabar sendo beneficiados pela queda. Foto: picture-alliance/dpa/V. Ghirda

Uma moção de censura apresentada pelo oposicionista Partido Social-Democrata (PSD) da Romênia provocou a queda do governo minoritário de centro-direita do primeiro-ministro Ludovic Orban, nesta quarta-feira (05/02). Líder do Partido Liberal Nacional (PNL), ele assumiu o poder em novembro após derrubar o governo anterior, de esquerda, em outra moção de confiança.

O gatilho da atual moção foi a tentativa de Orban de reintroduzir a eleição para prefeito em dois turnos. De acordo com especialistas, o sistema de duas fases faria o PSD perder um grande número de prefeituras. Por outro lado, a intenção do governo de reformular o sistema eleitoral pouco antes das eleições rendeu acusações de "oportunismo" por parte da oposição. A Romênia deverá realizar eleições municipais até junho.

Ao todo, 261 deputados e senadores, do PSD e de vários minoritários, votaram a favor da moção – eram necessários 233 votos de um total de 465 parlamentares para que o texto passasse.

A reforma eleitoral tinha sido impulsionada pelo PNL e por seus parceiros reformistas da aliança USR PLUS, que no segundo turno das eleições presidenciais de novembro se aliaram para derrotar o candidato do PSD, e agora poderiam fazer o mesmo em muitas prefeituras.

Presidente da Romênia, Klaus Iohannis
Presidente a Romênia, Klaus Iohannis, deve agora nomear um novo premiêFoto: Reuters/M. Rehle

Queda pode beneficiar PNL

O presidente da Romênia, Klaus Iohannis, deve agora nomear um novo primeiro ministro que, por sua vez, deve procurar reunir maioria no parlamento. Iohannis, um crítico do PSD, disse que consultaria os partidos políticos nesta quinta-feira para nomear um novo premiê, apesar de apoiar eleições legislativas antecipadas. A previsão original é que elas aconteçam até dezembro.

Os liberais pretendem propor a Iohannis a nomeação de Orban, já esperando que ele não consiga obter o apoio parlamentar necessário. Isso os aproximaria de seu objetivo de eleições legislativas antecipadas, sua esperança de capitalizar uma série de vitórias.

Assim, paradoxalmente, o colapso do governo pode acabar beneficiando o partido de Orban. As eleições legislativas antecipadas seriam realizadas perto ou ao mesmo tempo que as eleições locais esperadas para junho.

Os social-democratas já anunciaram que apresentariam seu próprio candidato, mas é improvável que se forme um novo governo estável para liderar um dos países mais pobres da União Europeia. A Romênia não realiza eleições antecipadas desde a queda do comunismo, há 30 anos.

Uma pesquisa de opinião recente mostrou que o PNL tem apoio de 47% dos eleitores, ante 20% do PSD. Recentemente, altos escalões do PSD se envolveram em corrupção, frustrando muitos romenos. O ex-líder do Partido Social-Democrata Liviu Dragnea foi preso por corrupção em 2019.

LL/efe/rtr/afp

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