MP identifica biotipo do assassino de Marielle
11 de outubro de 2018O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou nesta quinta-feira (11/10) ter identificado o tipo físico da pessoa que disparou contra a vereadora carioca Marielle Franco (Psol) e o motorista Anderson Gomes, assassinados a tiros há quase sete meses.
Os investigadores também identificaram novos locais pelos quais o carro utilizado durante o crime teria circulado, segundo nota divulgada pela 23ª Promotoria de Investigação Penal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPRJ.
O rumo das investigações foi comunicado à família de Marielle e à viúva de Anderson na última terça-feira, informou o MP.
De acordo com o MPRJ, foram utilizados softwares de alta tecnologia para reconhecer o perfil biométrico do atirador, cujo biotipo não foi divulgado.
Já a identificação do veículo no qual estavam os autores do crime em locais além dos que já tinham sido distinguidos foi possível por meio da análise de centenas de imagens. Para o Ministério Público, o mapeamento representa "um grande avanço" para o seguimento das investigações.
O trabalho foi uma parceria entre os promotores do MPRJ e da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia da Coordenadoria de Segurança e Inteligência.
O Ministério Público informou ainda que o ex-policial militar Orlando Curicica, miliciano suspeito de envolvimento na morte de Marielle e Anderson, foi ouvido pelos promotores responsáveis pelo caso. O encontro foi no Presídio Federal de Mossoró (RN), onde Orlando está preso, acusado de mandar matar uma pessoa em 2015.
O depoimento que Orlando deu aos procuradores da República em momento anterior também foi encaminhado ao MPRJ pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. O conteúdo dos dois depoimentos, no entanto, é mantido em sigilo para não atrapalhar as investigações.
Marielle, de 38 anos, e Anderson, de 39, foram assassinados em 14 de março no bairro do Estácio, região central do Rio, quando saíam de um evento no qual a vereadora palestrava. O carro foi alvejado por vários disparos, dos quais quatro atingiram a cabeça de Marielle.
Além de defender os direitos das mulheres e a inclusão social, Marielle criticava também a violência policial e milícias. A morte da vereadora levou multidões às ruas no mundo todo para manifestar solidariedade e cobrar explicações.
RK/abr/ots
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