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ConflitosIsrael

Milhares de palestinos deslocados retornam ao norte de Gaza

27 de janeiro de 2025

Após acordo, Israel libera rota para quem deseja voltar ao que restou de seus lares no norte do território. Acesso já deveria ter sido aberto, mas Israel alegava que Hamas não cumpriu sua parte no pacto.

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Milhares de pessoas andam em estrada litorânea
Palestinos forçados a ir ao sul da Faixa de Gaza por ordem de Israel iniciaram jornada de retorno ao norte do territórioFoto: Ramadan Abed/REUTERS

Milhares de palestinos deslocados estão voltando para suas casas no norte da devastada Faixa de Gaza, após um acordo entre Israel e a milícia palestina Hamas para libertar o próximo grupo de reféns israelenses.

Imagens publicadas em redes sociais na manhã desta segunda-feira (27/01) mostram multidões de palestinos caminhando do lado sul da área conhecida como corredor Netzarim – estrada aberta pelas forças israelenses durante a guerra com o Hamas para dividir o norte do sul da Faixa de Gaza – rumo ao norte do território.

Veículos de comunicação, como o Al Quds, mostram centenas de pessoas caminhando com seus pertences pela rodovia costeira Rashid, que corta o enclave de norte a sul, segundo confirmou também a agência de notícias palestina Wafa.

Além da rodovia Rashid, os palestinos também já podem usar a estrada paralela Salah al-Din, mais ao leste, perto da fronteira com Israel. Nessa passagem, os veículos têm que passar por uma vistoria feita por uma empresa independente. 

Muitos dos que conseguirem retornar serão recebidos por pouco mais do que escombros, depois que meses de bombardeios destruíram grande parte do norte de Gaza.

"As cenas do retorno das massas do nosso povo às áreas de onde foram forçados a sair, apesar de suas casas terem sido destruídas, confirmam a grandeza do nosso povo e sua firmeza, apesar da profunda dor e tragédia", declarou o grupo islâmico Hamas.

Os militares israelenses permitiram que as pessoas retornassem a partir das 7h (horário local).

No domingo, quando milhares de civis esperavam que Israel abrisse o acesso ao norte, o Exército israelense abriu fogo contra eles e matou duas pessoas.

De acordo com dados da ONU, cerca de dois terços de todos os edifícios em Gaza foram destruídos ou severamente danificados durante o conflito, e aproximadamente 90% dos 2,1 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados.

Acesso deveria ter sido liberado no domingo

O acesso dos habitantes de Gaza ao norte deveria ter sido aberto no domingo, conforme o acordo de cessar-fogo, mas Israel bloqueou a passagem alegando que o Hamas não havia cumprido sua parte ao não libertar a refém Arbel Yehud no dia anterior.

O governo israelense afirmou que Yehud, como civil, tinha prioridade sobre as quatro militares libertadas neste sábado, embora o Hamas tenha negado categoricamente que tal prioridade constasse no acordo.

Também foi planejado originalmente que as pessoas poderiam viajar do sul para o norte por uma rota designada uma semana após o início da trégua temporária.

No domingo à noite, para resolver o impasse, o Hamas se ofereceu para libertar na quinta-feira três reféns: Arbel Yehud, Adam Berger (a quinta militar restante) e um terceiro homem sequestrado, cuja identidade ainda é desconhecida.

Além disso, os integrantes do grupo islâmico entregaram a Israel um censo dos vivos e mortos entre os reféns que seriam libertados na primeira fase. Dos 33 reféns que seriam libertados, o Hamas afirmou que 25 estão vivos.

md/cn (EFE, DPA)