Três pessoas são mortas durante repressão a protestos no Irã
19 de novembro de 2022Pelo menos três pessoas morreram neste sábado (19/11) em meio à repressão a manifestações contra o regime fundamentalista no Irã.
Desde o início das manifestações, há pouco mais de dois meses, cerca de 380 pessoas morreram, incluindo 47 crianças, segundo uma ONG.
As manifestações começaram em meados de setembro após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, presa por quebrar o rígido código de vestimenta da República Islâmica.
As autoridades responderam com uma repressão que deixou pelo menos 378 mortos, 47 deles crianças, informou à AFP Mahmood Amiry-Moghadda, diretor da organização Iran Human Rights, com sede em Oslo.
Outra ONG, a Hengaw, denunciou que neste sábado "forças repressivas do governo abriram fogo contra manifestantes na cidade de Divandarreh, matando pelo menos três civis" nesta província do Curdistão iraniano.
À noite também ocorreram manifestações em Bukan (oeste), onde guardas do regime dispararam contra a família de uma vítima dos protestos.
"Ontem à noite, membros da Guarda Revolucionária invadiram o hospital Shahid Gholi Pur em Bukan, levaram o corpo de Shahryar Mohamadi e o enterraram em um lugar secreto", disse a organização Hengaw.
"Eles abriram fogo contra sua família, ferindo pelo menos cinco de seus membros", acrescentou a ONG. Nas últimas semanas, os funerais dos manifestantes motivaram novos protestos.
Para dissuadir tais ações, as forças de segurança não entregam os corpos aos seus familiares e os enterram em locais desconhecidos, denunciam os ativistas.
Na província do Azerbaijão Ocidental, centenas de pessoas marcharam perto da cidade de Mahabad neste sábado durante o funeral de Kamal Ahmadpur, um jovem morto pela polícia, segundo um vídeo divulgado pelo canal online 1500tasvir.
As forças iranianas "aumentaram significativamente o uso de armas letais em seus ataques contra manifestantes nos últimos cinco dias", disse Hengaw.
A ONG disse que somente na área do Curdistão, pelo menos 25 pessoas foram mortas desde terça-feira.
jps (AFP, ots)