1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
MigraçãoLíbia

Mais de 160 migrantes morrem em naufrágios no Mediterrâneo

21 de dezembro de 2021

Duas embarcações afundaram na costa da Líbia nos últimos dias, elevando o total de migrantes mortos na travessia a mais de 1.500 somente neste ano.

https://p.dw.com/p/44fB6
Foto mostra dois profissionais ajudando um homem de colete salva-vidas laranja, Ao fundo, há muitas pessoas de colete salva-vidas laranjas em um bote.
Foto: Renata Brito/AP Photo/picture alliance

Mais de 160 migrantes morreram afogados em dois naufrágios na costa da Líbia na semana passada, informou nesta terça-feira (21/12) a Organização Internacional para as Migrações (OIM) da ONU.

Segundo a porta-voz da OIM, Safa Msehli, pelo menos 102 migrantes morreram na sexta-feira, após o barco de madeira em que viajavam ter virado perto da costa líbia. Outras oito pessoas foram resgatadas com vida e levadas para terra.

O segundo naufrágio aconteceu no sábado. A guarda costeira da Líbia recuperou pelo menos 62 corpos.

No mesmo dia, uma terceira embarcação foi interceptada, com pelo menos 210 migrantes a bordo.

Travesseia mortal

Com as mais recentes vítimas, subiu para cerca de 1.5000 as mortes na rota do Mediterrâneo Central somente em 2021, segundo Safa Msehli. A travessia é considerada uma das mais mortais do mundo. Mesmo assim, os migrantes se arriscam e partem da Líbia, da Argélia e da Tunísia em direção aos territórios da Itália e de Malta, em busca de um futuro melhor.

Nos últimos meses, foi registrado um aumento súbito de travessias e de tentativas, muitas delas frustradas, de partir da Líbia rumo à Europa, à medida que as autoridades líbias aumentaram a repressão contra migrantes, sobretudo na capital, Tripoli.

Cerca de 31.500 migrantes foram interceptados e voltaram para a Líbia em 2021, o que significa um crescimento de 164% em relação aos 11.900 migrantes do ano anterior, de acordo com a OIM.

Em 2020, cerca de 980 migrantes foram mortos ou presumivelmente mortos, informou a agência da ONU.

Tráfico de pessoas

 A Líbia emergiu como um ponto de passagem dominante para os migrantes que fogem da guerra e da pobreza na África e no Oriente Médio.

O país, rico em petróleo, mergulhou em um caos securitário após a queda do regime do ditador Muammar Kadafi, em 2011.

Redes organizadas têm aproveitado o caos no país para traficar migrantes, colocando, muitas vezes, estas pessoas em risco de vida.

Os migrantes interceptados são levados de volta à Líbia, país que não é considerado um porto seguro, e colocados em centros de detenção superlotados, onde ficam expostos, segundo denúncias de organizações internacionais, a abusos, trabalhos forçados, espancamentos, violações ou tortura.

Investigadores da ONU defenderam, em outubro, que os abusos e os maus-tratos infligidos aos migrantes na Líbia devem ser considerados como crimes contra a Humanidade.

le (lusa, ots)