1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
PolíticaGeórgia

Mais de 100 são presos em 2ª noite de protestos na Geórgia

30 de novembro de 2024

Só na capital do país, a polícia deteve 107 manifestantes em passeatas contra a decisão do novo governo pró-russo de suspender processo de adesão à UE.

https://p.dw.com/p/4nbco
Multidão na rua à noita com bandeiras da União Europeia
Capital da Geórgia teve segunda noite seguida de protestos e confrontos da polícia com manifestantesFoto: Mirian Meladze/Anadolu/picture alliance

Mais de 100 pessoas foram detidas na madrugada deste sábado (30/11), após a segunda noite consecutiva de protestos e confrontos entre manifestantes e agentes da polícia no centro de Tbilisi, capital da Geórgia, segundo informou o Ministério do Interior georgiano.

"Um total de 107 pessoas foram presas por desrespeito à autoridade e vandalismo", disse um comunicado da pasta de Interior, que acrescentou que dez policiais foram feridos pelos manifestantes.

De acordo com a nota, os participantes nos protestos, que montaram barricadas nas imediações do Parlamento, atiraram pedras, garrafas de vidro e fogos de artifício contra as forças policiais.

Por sua vez, as tropas de choque usaram gás lacrimogêneo e canhões de água para desocupar o entorno da sede do Legislativo.

A crise política eclodiu na Geórgia após as eleições parlamentares de outubro passado, cujos resultados foram denunciados como fraudulentos pela oposição, e agravou-se nesta quinta-feira, quando o governo anunciou a suspensão, até 2028, do início das negociações para a entrada na União Europeia (UE).

O anúncio do congelamento do processo da adesão ao bloco foi feito logo após o Parlamento Europeu ter aprovado uma resolução rejeitando os resultados das eleições parlamentares na Geórgia e pedindo novas eleições,

A presidente da Geórgia, Salome Zubashvili – que denunciou a eleição como fraudulenta e é adversária declarada do Sonho Georgiano, o atual partido governante –, fez um apelo para a Europa "despertar", afirmando que "agentes-fantoches russos estão reprimindo deliberada e cruelmente os ideais europeus nas ruas de Tbilisi".

"Devemos protestar de maneira decidida contra o estilo cruel e implacável da Rússia, que suprime a liberdade de expressão", escreveu nas redes sociais a chefe de Estado, que tem apenas funções representativas, de acordo com a Constituição, e cujo mandato termina no próximo dia 16 de dezembro.

A decisão do governo de interromper as negociações de adesão à União Europeia, à qual o país é candidato desde dezembro do ano passado, foi interpretada pela oposição como um sinal da sua intenção de levar a Geórgia mais para perto da Rússia.

md (EFE, AFP, ots)