1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Macron faz sua própria cúpula do clima

12 de dezembro de 2017

França sedia conferência climática para debater financiamento do Acordo de Paris – assinado há exatos dois anos. Subsídios em investimentos tecnológicos e pesquisa despencam com retirada dos EUA do pacto.

https://p.dw.com/p/2pCBX
Após ameaça de cortes nos EUA, Macron concedeu bolsas de pesquisa a 18 pesquisadores – 13 de universidades americanasFoto: Getty ImagesAFP/P. Wojazer

Mais de 50 chefes de Estado e de governo participam, nesta terça-feira (12/12), de uma cúpula sobre o clima na França. O encontro, promovido pelo presidente da França, Emmanuel Macron, reúne líderes mundiais para discutir o financiamento climático para impulsionar o Acordo de Paris – assinado por 195 países há exatos dois anos.

No encontro estão presentes mais de duas mil personalidades, do setor público e privado. Entre eles, os chefes de governo de Espanha, México e Reino Unido, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, o ator Leonardo DiCaprio e o bilionário Bill Gates.

"Esperamos que essa conferência seja uma ação inédita, particularmente no fornecimento de apoio financeiro aos países em desenvolvimento e aos pequenos países insulares e países vulneráveis", disse o ex-secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon.

Leia também:
Que países fazem mais pelo clima global?
Como verificar o Acordo de Paris?

Observadores e participantes advertiram que sem trilhões de dólares em investimento em energia limpa, o objetivo do Acordo de Paris de manter o aquecimento global abaixo de dois graus Celsius em níveis pré-industriais continuará sendo apenas um sonho.

"[A ação política] não será suficiente se não atualizarmos e redefinirmos a arquitetura financeira global e tornar todo desenvolvimento resiliente, sustentável e de baixa emissão", disse Patricia Espinosa, chefe da agência da ONU para proteção do clima.

A cúpula foi anunciada em julho pelo presidente francês como uma forma de retomar a questão da luta contra as alterações climáticas e a redução da emissão dos gases com efeito de estufa, após a decisão – em junho - dos Estados Unidos de saírem do Acordo de Paris.

Os EUA estão representados pelo encarregado de negócios da embaixada em Paris, por decisão da Casa Branca. Depois que o Acordo de Paris foi adotado, em 2015, com fortes incentivos do então presidente americano, Barack Obama, seu sucessor Donald Trump retirou o apoio político e financeiro dos EUA. O Acordo de Paris levou mais de duas décadas de negociações entre quase 200 países para ser assinado.

O financiamento tem sido há muito tempo um ponto de discórdia no processo climático das Nações Unidas – países em desenvolvimento insistem na assistência financeira para executar as mudanças dispendiosas para fontes de energia menos poluidoras e para reforçar a defesa contra tempestades tropicais, aumento do nível do mar e secas resultantes das mudanças climáticas.

Trump, que tem dito que a mudança climática não passa de uma farsa, pediu ao Congresso americano que reduzisse os orçamentos de pesquisa climática das agências federais – o que ameaçaria a perda de bilhões de dólares em investimentos e milhares de empregos. O governo Trump também não cumpriu com compromissos de financiamento climático dos EUA, incluindo 2 dos 3 bilhões de dólares prometidos ao Green Climate Fund.

Na segunda-feira, Macron afirmou esperar que Trump "mude de ideia". O presidente francês concedeu bolsas de pesquisa a 18 pesquisadores do clima – 13 de universidades americanas – para prosseguirem com seus estudos na França.

Concluído em 12 de dezembro de 2015 durante a conferência das Nações Unidas sobre o clima (COP21) em Paris, assinado por quase todos os países do mundo, o Acordo de Paris entrou em vigor em 4 de novembro de 2016. Ele visa limitar o aumento da temperatura mundial reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa.

PV/lusa/afp

----------------

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App