Macron anuncia reforma do Louvre, com sala para "Mona Lisa"
29 de janeiro de 2025O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira (28/01) um grande projeto de renovação do Museu do Louvre, incluindo a transferência da Mona Lisa para uma sala própria, com acesso separado, numa tentativa de aliviar o congestionamento na pirâmide de vidro do museu mais visitado do mundo.
A nova localização da obra-prima de Leonardo da Vinci a tornará acessível independentemente do resto do museu e permitirá que ela seja visitada "com mais calma", no nível que "merece", declarou Macron no espaço que agora abriga a Mona Lisa.
A pintura mais famosa do mundo terá também um ingresso à parte. Ela atrai cerca de 30 mil pessoas por dia. Com as multidões atuais, a experiência de ver o quadro, ao lado de outras obras-primas, como O Casamento em Caná, de Paolo Veronese, que quase passam despercebidas ao lado dela, é muito desconfortável, disseram Macron e o diretor do Louvre, Laurence des Cars.
Reforma até 2031
A construção da nova sala será acompanhada de uma expansão no flanco leste do museu, com salas subterrâneas no estilo daquelas sob a pirâmide de vidro. O Louvre contará com uma nova entrada no pátio conhecido como Cour Carrée, na chamada Colunata Perrault.
O projeto, que Macron chamou de um renascimento do Louvre e que deve ser concluído até 2031, servirá para repensar o conceito do museu depois que seu diretor enviou uma nota à Ministra da Cultura, Rachida Dati, para alertar sobre a situação.
Entre os problemas estão a "multiplicação de danos em espaços que às vezes estão muito degradados", "equipamentos técnicos obsoletos", "flutuações de temperatura preocupantes" que afetam a conservação, entre outros.
Quarenta anos após a última grande reforma, que incluiu a construção da pirâmide de vidro, o Louvre mais do que dobrou os 4 milhões de visitantes anuais para os quais fora projetado na época devido à explosão do turismo de massa. Foram 8,7 milhões em 2024, e antes da pandemia de covid-19, eram quase 10 milhões por ano, 70% deles estrangeiros.
Além do aumento do número de visitantes, há também novos desafios em termos de segurança e mudança climática.
Mais caro para estrangeiros
As medidas de restauração serão financiadas também com um aumento no preço do ingresso para visitantes de fora da União Europeia, que deverá entrar em vigor em 1º de janeiro de 2026.
Macron não deu detalhes sobre o preço, mas pessoas de sua equipe no Palácio do Eliseu disseram à imprensa francesa que ele será de cerca de 30 euros – atualmente é de 22 euros para o público em geral.
O presidente não especificou quanto o projeto custará no total, mas a imprensa local informou que ficará entre 700 milhões e 800 milhões de euros.
Até 2031, quando o projeto da entrada leste estiver concluído, de acordo com Macron, o Louvre poderá receber 12 milhões de visitantes por ano, sediar novas iniciativas educacionais e continuar sendo o "epicentro" da arte na França e no mundo.
as (Efe, Lusa, AFP)