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PolíticaFrança

Macron anuncia construção de reatores nucleares

10 de novembro de 2021

França necessita de novos reatores para diminuir dependência do exterior e manter preço da energia sob controle, afirma presidente. Ambientalistas criticam planos.

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Emmanuel Macron
Macron: "Nós vamos, pela primeira vez em décadas, relançar a construção de reatores nucleares no nosso país e continuar a desenvolver as energias renováveis"Foto: Ludovic Marin/AFP/AP/picture alliance

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira (09/11) que a França vai construir novos reatores nucleares para diminuir sua dependência de países estrangeiros no fornecimento de energia, alcançar suas metas contra o aquecimento global e manter os preços da energia sob controle.

A cinco meses da eleição presidencial, o preço da energia é uma das principais preocupações dos eleitores franceses. Macron afirmou que a decisão a favor de novos reatores é essencial para manter o preço num nível "razoável".

Ele acrescentou que, em paralelo, o país continuará investindo no desenvolvimento de energias renováveis para alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

"Nós vamos, pela primeira vez em décadas, relançar a construção de reatores nucleares no nosso país e continuar a desenvolver as energias renováveis", anunciou o presidente em cadeia de rádio e televisão.

Enquanto a Europa enfrente altas nos preços de energia, a França adota um caminho diferente de vizinhos. A Alemanha, por exemplo, reagiu ao desastre nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011, acelerando os planos do país para o abandono da energia nuclear.

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Planos para seis novos reatores

Macron não detalhou os planos, mas analistas esperam que o governo anuncie a construção de até seis novos reatores de água pressurizada nas próximas semanas. Planos nesse sentido foram apresentados ao governo pela empresa estatal EDF há algumas semanas. O custo estimado é de 46 bilhões de euros.

O governo havia anteriormente anunciado que não daria início a nenhum novo projeto de reator do tipo EPR, ou reator de água pressurizada de terceira geração, até a EDF concluir a unidade nuclear de Flamanville, na Normandia, abalada por atrasos e custos além do previsto.

Mas a recente alta dos preços da energia na Europa levou o governo a rever seus planos. Macron já havia anunciado anteriormente que, mais adiante, apostará também na tecnologia de minirreatores nucleares.

Guinada para Macron

O Greenpeace criticou o anúncio de Macron e afirmou que ele está "totalmente desconectado da realidade", lembrando que a energia nuclear é cara e perigosa.

A decisão é também uma guinada para Macron, que, quando assumiu, defendeu reduzir a participação da energia nuclear no mix energético da França de 75% para 50% até 2035.

A eleição presidencial na França está marcada para 10 e 24 de abril de 2022, em dois turnos, e Macron ainda não declarou se é ou não candidato à sua própria sucessão, apesar de isso ser dado como certo.

as/lf (Reuters, AFP, Lusa)