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Hang pagará multa de R$ 2 mil por propaganda para Bolsonaro

19 de setembro de 2019

Dono da rede Havan foi condenado por discurso veiculado em uma de suas lojas, em Santa Catarina, no qual pedia votos para o atual presidente. Empresário foi grande apoiador do então candidato no meio empresarial.

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Luciano Hang discursa durante inauguração de loja da rede Havan, no Paraná, em agosto
Luciano Hang discursa durante inauguração de loja da rede Havan, no Paraná, em agostoFoto: Imago Images/Fotoarena/D. Portugal

O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, concordou em pagar multa de R$ 2 mil por ter realizado propaganda eleitoral irregular em uma de suas lojas em São Bento do Sul (SC), na qual manifestou apoio ao então candidato a presidente Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018.

Hang havia sido condenado em julho pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e em sua defesa havia argumentando que estava protegido pelo direito à livre manifestação do pensamento e que sua fala era pessoal, sem ligação com as lojas Havan. Mais tarde, em nova petição, Hang disse que concordava com a pena.

Nesta quarta-feira (18/09), a Corte publicou decisão em que formaliza a desistência de Hang. A ação havia sido ajuizada pela coligação Para Unir o Brasil, do então candidato Geraldo Alckmin (PSDB).

O empresário foi condenado por fazer um discurso em sua loja, registrado em vídeo e transmitido pelo sistema de som do estabelecimento, em que afirmava: "Todos sabem a minha posição. Eu sou Bolsonaro! Bolsonaro! Quero uma salva de palmas." 

Em seguida, pediu a todos que saudassem o candidato: "Bolsonaro! Bolsonaro! Bolsonaro!". E, ao final, disse: "Pra esse Brasil mudar, pra esse Brasil melhorar, Bolsonaro Presidente." No momento da fala, havia funcionários e clientes no local.

A legislação brasileira proíbe a veiculação de propaganda eleitoral em bens de uso comum, inclusive em áreas privadas à qual a população em geral tem acesso, como cinemas, clubes e lojas. A multa vai de R$ 2 mil – valor aplicado a Hang – a R$ 8 mil.

Ao decidir contra o empresário, o ministro Sérgio Banhos mencionou que ele já havia sido condenado, em outro processo, a multa de R$ 10 mil por ter pagado ao Facebook para impulsionar conteúdo a favor de Bolsonaro, no qual a Corte havia definido os limites "entre a liberdade de pensamento e a realização de propaganda eleitoral irregular, levando em conta a intenção do agente em persuadir o interlocutor sob a ótica ideológico-eleitoral".

Banhos isentou a chapa de Bolsonaro de responsabilidade pelo ocorrido, pois não havia provas de "seu prévio conhecimento, anuência ou participação nos atos".

O empresário foi um grande apoiador da campanha de Bolsonaro no meio empresarial e já participou de cerimônia ao lado do presidente no Palácio do Planalto, vestindo terno com as cores verde e amarela. Em 4 de setembro, em post no Facebook , ele compartilha elogios ao golpe militar de 1964 e ao governo Bolsonaro, cuja eleição comparou a uma "segunda Independência", e faz um apelo ao patriotismo.

BL/ots

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