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SaúdeReino Unido

Lockdown atrasado causou 27 mil mortes no Reino Unido

18 de março de 2021

Organização britânica afirma que governo errou ao não impor confinamento ainda em dezembro. Medida aplicada no momento correto teria salvado vidas e prejudicado menos a economia.

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Homem caminha por rua vazia de Londres em meio a lockdown
Apesar de aumento de casos em dezembro, Reino Unido impôs lockdown somente em janeiroFoto: Matt Dunham/AP/picture alliance

O atraso na imposição de um lockdown no final do ano passado causou 27 mil mortes que poderiam ter sido evitadas no Reino Unido, segundo um estudo da Resolution Foundation divulgado nesta quinta-feira (18/03). O governo britânico adiou o início do confinamento para janeiro, o que, de acordo com a think tank, foi um grande erro.

O estudo indica que o lockdown deveria ter sido imposto no país ainda em dezembro, quando surgiram evidências do rápido aumento de casos. Além de custar vidas, a decisão de adiar confinamentos faz com que a medida tenha que ser mais severa e duradoura.

No relatório, a fundação analisou a condução da pandemia pelo governo britânico e concluiu que o atraso na implementação de lockdowns aconteceu três vezes.

"Começar um bloqueio timidamente e com atraso tem sido um desastre, causando milhares de mortes evitáveis. Além do atraso, isso faz com que as restrições tenham que ser mais severas e duradouras do que em outros países, agravando os danos econômicos", afirmou ao jornal The Guardian Mike Brewer, economista-chefe da Resolution Foundation.

O estudo lembra que o governo britânico levou duas semanas para decretar o primeiro lockdown nacional, após a medida ter sido anunciada na Itália em março de 2020. Posteriormente, em setembro, apesar de recomendações de especialistas, novamente o confinamento foi postergado e imposto por um curto período. O mesmo comportamento foi repetido então em dezembro.

Apesar de erros, alguns sucessos

O relatório traz ainda elogios a algumas políticas adotadas pelo país, como a vacinação e o pacote de auxílio emergencial destinado a empresas e autônomos. Em relação à imunização, o estudo destaca que o país foi o primeiro a iniciar um programa de vacinação com um imunizante aprovado por agências reguladoras em 8 de dezembro.

"O Reino Unido está aplicando vacinas três vezes mais rápido do que a Europa, e 25 milhões de habitantes do país já tomaram a primeira dose", pontua o texto.

O estudo afirma ainda que o pacote econômico de 186 bilhões de euros destinado a minimizar os impactos da pandemia contribuiu para que a renda familiar permanecesse estável no país, apesar da crise, e para evitar a falência de empresas.

O relatório destaca que a crise econômica e de saúde atingiu principalmente as famílias de baixa renda, entre as quais as taxas de mortalidade foram quase mais do que o dobro do que em regiões mais ricas. O relatório aconselha ainda o governo a dar uma maior atenção a essa camada da população no período pós-pandemia.

O Reino Unido é o país europeu mais atingido pela pandemia de covid-19. Ao todo, registrou mais de 4,2 milhões de casos da doença e 126 mil mortes.

cn/ek (ots)