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Empresa alemã CureVac abandona projeto de vacina anticovid

12 de outubro de 2021

"Estamos muito atrasados ​​para o produto pandêmico", disse chefe da CureVac, cuja primeira vacina teve apenas 47% de eficácia. Empresa agora vai investir em imunizante de segunda geração, juntamente com a britânica GSK.

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Logo da CureVac desfocado ao fundo. Em primeiro plano, uma agulha dentro de uma ampola.
Vacina tinha apenas 47% de eficácia em estudosFoto: Frank Hoermann/SVEN SIMON/imago images

A empresa alemã de biotecnologia CureVac anunciou nesta terça-feira (12/10) que retirou da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) o pedido de aprovação de sua vacina contra a covid-19, a CVnCoV, desenvolvida com tecnologia de mRNA.

"Estamos muito atrasados ​​para o produto pandêmico, a janela de tempo se encerrou", disse o chefe do CureVac, Franz-Werner Haas, explicando a mudança.

Hass afirmou que as doses pré-produzidas serão destruídas, mas não especificou números. A CureVac, agora, se concentrará em uma vacina de segunda geração, que está sendo desenvolvida em conjunto com a empresa britânica GlaxoSmithKline (GSK).

Após o anúncio, as ações da CureVac caíram mais de 14% na bolsa de valores de Frankfurt. Desde o início do ano, elas perderam cerca de metade do seu valor.

A EMA informou que, após o pedido da Curevac, encerrou o processo de revisão dos dados em andamento.

Em junho, os resultados de testes do imunizante da CureVac decepcionaram, ao mostrarem uma eficácia de apenas 47%. 

Decisão estratégica

Abandonar a CVnCoV evitará uma possível sobreposição com os prazos de aprovação para a possível vacina de segunda geração da CureVac. A mudança também permitirá que a empresa se concentre na corrida por novas vacinas específicas para variantes e por imunizantes combinados que previnam duas ou mais doenças infecciosas.

A primeira aprovação potencial da CVnCoV, segundo a EMA, ocorreria apenas no segundo trimestre de 2022, quando se espera que a vacina candidata de segunda geração já esteja em estágio final de desenvolvimento clínico.

"A luta global contra a pandemia continua", disse Haas. "Mas os requisitos para lidar efetivamente com o vírus e as variantes emergentes mudaram", acrescentou.

Baixa eficácia

Em julho, testes confirmaram que a primeira vacina da CureVac tinha uma taxa de eficácia de apenas 47% em todas as faixa-etárias, bem abaixo das rivais Pfizer-BioNTech e Moderna, cujas vacinas são baseadas na mesma tecnologia de mRNA e já estão há meses no mercado.

Na época, a CureVac atribuiu o resultado decepcionante às muitas cepas de coronavírus que circulavam e às diferentes respostas imunológicas entre as faixa etárias.

Segundo Haas, a empresa usará o que aprendeu com a primeira vacina e "concentrará recursos em vacinas avançadas de segunda geração".

De acordo com a parceira GSK, a nova vacina da CureVac mostrou "grande melhora" em comparação com a primeira.

Os testes em humanos devem começar nos próximos meses. Já os testes em animais até agora mostraram que o novo imunizante é superior à vacina original da CureVac.

Contrato com a UE

O contrato da CureVac com a União Europeia (UE), que havia encomendado um total de 405 milhões de doses da vacina caso ela fosse aprovada, será rescindido. No entanto, a empresa informou que seguem as negociações com a Comissão Europeia sobre a possibilidade de aquisição de vacinas da segunda geração.

A empresa espera que o aporte de 450 milhões de euros feito pela UE não precise ser reembolsado.

A CureVac, com sede em Tübingen, foi fundada há 20 anos pelo pioneiro do mRNA Ingmar Hoerr. No ano passado, o governo alemão investiu 300 milhões de euros na CureVac por meio do banco de desenvolvimento KfW e, portanto, detém uma participação de 16% da empresa

A Curevac não é a primeira empresa a abandonar uma vacina. A farmacêutica francesa Sanofi também deixou de lado os planos para seu imunizante contra a covid-19 baseado em mRNA, no mês passado, devido ao domínio alcançado pela Pfizer-BioNTech e pela Moderna.

le (reuters, afp, lusa, ots)