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Justiça mantém prisão de Roberto Jefferson

25 de outubro de 2022

Ex-deputado e aliado de Bolsonaro é transferido para presídio Bangu 8, onde ficou detido até receber o direito de prisão domiciliar. Em depoimento, ele disse ter atirado mais de 50 vezes contra os policiais.

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Viaturas policiais cercadas de populares próximo à casa de Roberto Jefferson
Jefferson irá para a mesma unidade onde ficou preso por seis meses até receber o direito de prisão domiciliarFoto: Ricardo Moraes/REUTERS

Em audiência de custódia com o ex-deputado Roberto Jefferson, realizada por videoconferência, nesta segunda-feira (24/10) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi decidida a transferência do aliado do presidente Jair Bolsonaro para o presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8.

O presidente do PTB foi preso em flagrante neste domingo, após resistir a um mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Agentes da Polícia Federal foram à casa do ex-deputado para cumprir a ordem de prisão, mas foram recebidos com granadas e tiros de fuzil. O ataque deixou dois policiais feridos. Depois de mais de oito horas de negociação, Jefferson acabou se rendendo.

Ele cumpria prisão domiciliar em sua casa na cidade de Comendador Levy Gasparian, no interior do estado do Rio de Janeiro, a cerca de 140 quilômetros da capital fluminense. O bolsonarista é acusado de ter violado diversas vezes várias medidas cautelares impostas para a garantia da prisão domiciliar, que incluíam a proibição de receber visitas sem prévia autorização, usar redes sociais e conceder entrevistas. Mais recentemente, publicou em redes sociais uma série de ofensas à ministra Cármen Lúcia, do STF.

Mais de 50 tiros de fuzil

Em seu depoimento à Polícia Federal, logo após a prisão em flagrante, Jefferson afirmou ter atirado cerca de 50 vezes contra policiais federais com um fuzil calibre 55.6. Além disso, teria detonado três granadas durante o cerco.

O petebista afirmou que não iria "deixar a PF fazer busca e apreensão e efetuar a prisão", alegando ter sido humilhado em outras três operações determinadas por Alexandre de Moraes e pelo também ministro do STF Edson Fachin.

Na noite de domingo, Moraes determinou nova prisão de Jefferson. Ele foi indiciado sob suspeita de quatro tentativas de homicídio contra os policiais que tentavam cumprir o mandado de prisão.

Num recado ao governo, o Moraes destacou em sua nova decisão que "intervenção de qualquer autoridade em sentido contrário, para retardar ou deixar de praticar, indevidamente o ato, será considerada delito de prevaricação".

Retorno a Bangu 8

Na audiência de custódia, o juiz auxiliar do STF Aírton Vieira decidiu manter a prisão de Jefferson, que será levado para a mesma unidade onde ficou preso por seis meses até receber o direito de prisão domiciliar, em janeiro.

A unidade Bangu 8 recebe presos com nível superior completo, sem sentença com trânsito em julgado.

rc/av (ots)