1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
PolíticaBangladesh

Justiça de Bangladesh abranda lei que deu origem a protestos

21 de julho de 2024

Suprema Corte reduz de 30% para 5% cota de empregos no serviço público para parentes de veteranos da guerra de independência. Mesmo assim, estudantes prometem manter protestos.

https://p.dw.com/p/4iYRH
Soldados abordam pessoas em Daca
Militares patrulham as ruas de Daca, capital de BangladeshFoto: Munir Uz Zaman/AFP

A Suprema Corte de Bangladesh abrandou neste domingo (21/07) o polêmico sistema de cotas para o serviço público no país, numa vitória parcial para os manifestantes estudantis após dias de protestos violentos e confrontos mortais entre a polícia e os manifestantes, que resultaram em mais de cem mortos.

Os estudantes, frustrados com a escassez de bons empregos, vinham exigindo o fim de uma cota que reservava 30% dos empregos do governo para parentes de veteranos que lutaram na guerra de independência de Bangladesh, em 1971, contra o Paquistão.

O governo já havia suspendido a cota em 2018 após protestos estudantis em massa, mas em junho, o Tribunal Superior de Bangladesh (uma das duas divisões da Suprema Corte) restabelecera as cotas, dando início a uma nova rodada de protestos.

Ao decidir sobre um recurso, a Suprema Corte ordenou que a cota dos veteranos fosse reduzida para 5%, com 93% dos empregos a serem alocados por mérito. Os 2% restantes serão reservados para membros de minorias étnicas, transgêneros e pessoas com deficiência.

Os protestos representaram o desafio mais sério para o governo da primeira-ministra Sheikh Hasina desde que ela conquistou um quarto mandato consecutivo nas eleições de janeiro, que foram boicotadas pelos principais grupos de oposição.

As universidades foram fechadas, a internet foi bloqueada e o governo ordenou que as pessoas ficassem em casa. Soldados estão patrulhando as ruas de Bangladesh depois que a polícia de choque não conseguiu restaurar a ordem.

Mesmo com a revogação da lei pela Suprema Corte, o principal grupo de estudantes responsável pelos protestos anunciou que vai manter o movimento contra as cotas no serviço público.

as (AP, AFP)