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Jornalista francês é morto no leste da Ucrânia

30 de maio de 2022

Repórter do canal BFMTV acompanhava retirada de civis que escapavam de ataque russo. Governo francês acusa russos de cometerem "duplo crime" por morte de jornalista e ataque a comboio humanitário.

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Casas destruídas no Donbass
Região do Donbass ainda sob controle ucraniano vem sofrendo com ofensiva russaFoto: Alexander Reka/ITAR-TASS/IMAGO

Um jornalista francês morreu nesta segunda-feira (30/05) enquanto cobria uma operação humanitária perto de Sievierodonetsk, no leste da Ucrânia, região que está sob intenso ataque da Rússia nos últimos dias.

"Compartilho a tristeza da família, parentes e colegas de Frédéric Leclerc-Imhoff", que "estava na Ucrânia para cobrir a realidade da guerra", escreveu o presidente francês, Emmanuel Macron, em uma mensagem de condolências publicada no Twitter.

Leclerc-Imhoff, de 32 anos, trabalhava para a rede BFMTV há seis anos e estava em sua segunda passagem pela Ucrânia desde o início do conflito, no final de fevereiro.

Segundo o presidente francês, o jornalista foi "ferido mortalmente" quando estava "a bordo de um veículo humanitário, junto com civis que se viram obrigados a fugir para escapar das bombas russas".

"A BFMTV anuncia com grande dor a morte de Frédéric Leclerc-Imhoff", informou a rede, apontando que ele foi ferido por estilhaços de morteiro "enquanto cobria uma operação humanitária".

A morte do cinegrafista da BFMTV, "enquanto cobria uma operação de evacuação ucraniana perto de Sievierodonetsk, é muito chocante", afirmou a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, em comunicado.

A ministra também exigiu uma "investigação transparente o mais rápido possível para esclarecer as circunstâncias". Pouco depois, Colonna especificou que o jornalista foi "morto por um bombardeio russo" em uma mensagem no Twitter.

"Estou profundamente entristecida e chocada com a morte de nosso compatriota Frédéric Leclerc-Imhoff, morto por um bombardeio russo em uma operação humanitária no exercício de seu dever de informar", disse Colonna, no Twitter, condenando um "duplo crime visando um comboio humanitário e um jornalista".

Outro jornalista francês, Maxime Bradstaetter, que estava com Leclerc-Imhoff, ficou "levemente ferido", informou a BFMTV.

O governador ucraniano da província de Lugansk, Serguei Gaidai, disse em mensagem no Telegram que o veículo ficou "sob fogo inimigo" quando foi buscar dez pessoas na área. As autoridades russas ainda não comentaram o episódio.

"Os estilhaços das granadas perfuraram a blindagem do carro, (...) um ferimento fatal no pescoço foi recebido por um jornalista francês credenciado que estava fazendo uma reportagem sobre a evacuação. Um policial em patrulha foi salvo por um capacete", disse Gaidai.

Esforços para retirar civis da área foram suspensos após a morte, que ocorreu quando tanques russos começaram a avançar na direção de Sievierodonetsk – a maior cidade da região do Donbass, que ainda permanece sob controle da Ucrânia.

Pelo menos oito jornalistas morreram na Ucrânia desde o início da invasão, segundo balanço da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

jps/ek (AFP, ots)