Itália se prepara para novo confinamento contra pandemia
12 de março de 2021Escolas, restaurantes, lojas e museus devem fechar em grande parte da Itália a partir da próxima segunda-feira (15/03), como parte de medidas para conter uma nova onda de infecções pelo coronavírus.
Um ano depois de se tornar o primeiro país europeu a enfrentar um grande surto, a Itália está mais uma vez lutando contra a rápida disseminação da covid-19, desta vez alimentada por novas variantes mais contagiosas. Nesta quinta-feira, o país registrou 25.673 novas infecções e 373 mortes.
A resolução que possibilita as novas restrições foi aprovada nesta sexta-feira (12/03) pelo governo italiano. O gabinete do primeiro-ministro, Mario Draghi, deu luz verde a um decreto que categorizará as regiões como sendo zonas vermelhas, ou seja, de alto risco, se tiverem mais de 250 casos semanais a cada 100 mil residentes.
"Mais de um ano após o início da emergência sanitária, infelizmente estamos enfrentando uma nova onda de infecções", disse Draghi durante uma visita a um centro de vacinação, em Roma. "A memória do que aconteceu na primavera [europeia] passada é vívida e faremos de tudo para evitar que aconteça novamente", acrescentou.
Segundo Draghi, mais de 150 mil novos casos de covid-19 foram relatados na semana passada, contra quase 131 mil na semana anterior – um aumento de cerca de 15%.
A maioria das regiões - incluindo as em torno de Roma e Milão – devem ser classificadas como de alto risco a partir de segunda-feira, com todos os residentes devendo ficar em casa, exceto por motivos de trabalho, de saúde e outros considerados essenciais.
Páscoa com restrições
De acordo com Draghi, as restrições nessas regiões ficarão em vigor até a 6 de abril. No entanto, no feriado da Páscoa, de 3 a 5 de abril, todo o país ficará em zona vermelha e, portanto, com restrições.
Bares e restaurantes poderão atender apenas com serviço de entrega e os cidadãos não poderão viajar para fora de suas regiões de origem. Além disso, as visitas privadas serão limitadas a uma por dia e apenas com duas pessoas autorizadas a visitar qualquer outra casa, explicou Draghi.
O centro de pesquisas especializado em saúde Gimbe afirma que o número de novos casos observados nas últimas três semanas "confirma o início da terceira onda" do coronavírus na Itália. Segundo o presidente do Gimbe, Nino Cartabellotta, em mais da metade das 20 regiões italianas "os hospitais e principalmente as unidades de terapia intensiva já estão saturados" e as internações e intervenções não relacionadas ao coronavírus foram adiadas.
As restrições representam mais um golpe para a terceira economia da zona do euro, mergulhada em uma recessão severa devido aos bloqueios de 2020 motivados pela pandemia. No entanto, em uma pesquisa publicada pelo jornal Corriere della Sera, 44% dos italianos disseram ser a favor do confinamento, ante 30% há duas semanas.
A Itália começou a campanha de vacinação no final de dezembro, mas apenas 1,8 milhão de pessoas, de uma população de 60 milhões, receberam as duas doses da vacina. Cerca de 170 mil vacinas estão sendo administradas por dia, mas a meta é triplicar esse índice em breve. Para isso, o governo prometeu espalhar centros de vacinação, inclusive em academias e estacionamentos.
No total, a Itália registra quase 3,15 milhões de casos de covid-19 e mais de 100 mil mortes.
le (dpa, afp, ots)