Itália impõe lockdown durante Natal e Ano Novo
19 de dezembro de 2020A Itália, que vem enfrentando um aumento acentuado de casos e mortes associadas à covid-19 nas últimas semanas, anunciou nesta sexta-feira (18/12) novas restrições para conter a doença, válidas durante os feriados de Natal e Ano Novo.
O anúncio do governo surgiu pouco antes de o país passar a liderar o ranking de mortes por 100 mil habitantes em todo o mundo.
Após especialistas alertarem que os riscos associados ao coronavírus ainda se mantêm em níveis perigosos, o governo adotou para todo o país as medidas relativas às chamadas "zonas vermelhas”, que impõem o confinamento à população, com a exceção de saídas necessárias por motivos de trabalho, saúde ou para tarefas urgentes. Em geral, será permitida apenas uma saída por dia por residência.
O lockdown mais rigoroso será válido entre os dias 24 e 27 de dezembro e, posteriormente, do dia 31 até 3 de janeiro. Nesses períodos, lojas, bares e restaurantes permanecerão fechados e as viagens entre as regiões do país serão proibidas.
No período complementar, entre 28 e 30 de dezembro e no dia 4 de janeiro, medidas um pouco mais brandas referentes às "zonas alaranjadas” permitirão a movimentação das pessoas dentro de suas cidades e a abertura de lojas, mas não de bares e restaurantes. As viagens serão permitidas dentro de um raio de 30 quilômetros dos respectivos locais de residência, exceto para as capitais de província.
Itália tem 112,35 mortes por 100 habitantes
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, justificou as medidas ao afirmar que "entre nossos especialistas há fortes preocupações de que a curva de infecções atinja o pico durante o período natalino”.
Com as restrições, o governo planeja manter o compromisso de promover a volta em larga escala ao trabalho e às escolas no dia 7 de janeiro. Conte também prometeu um pacote de ajuda econômica de 645 milhões de euros que devem ser destinados ao setor de bares e restaurantes, fortemente atingidos pelo fechamento obrigatório,
Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, que monitora os avanços da doença em todo o mundo, a Itália já tem o maior índice de mortes por 100 mil habitantes registrado no planeta, com 112,35 óbitos em média.
Nessa avaliação, o país está à frente das outras nações que também estão entre as mais afetadas, como a Espanha (104,71 mortes por 100 mil habitantes), os Estados Unidos (95,85) e Brasil (88,63).
RC/afp/dpa