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ConflitosOriente Médio

Entidade acusa Israel por mega confisco de terras palestinas

3 de julho de 2024

Só neste ano já foram anexados mais de 23 quilômetros quadrados na Cisjordânia, diz ONG isralense Peace Now. Áreas poderão ser arrendadas a colonos israelenses, e palestinos terão negado o direito a propriedade privada.

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Casas e montanhas ao fundo
Assentamento judeu na Cisjordânia (foto de arquivo): áreas ocupadas abrigam 500 mil israelensesFoto: AHMAD GHARABLI/AFP

O governo israelense aprovou a tomada de aproximadamente 12,7 quilômetros quadrados de terras na região do Vale do Jordão, parte da Cisjordânia ocupada, segundo a organização israelense Peace Now.

O grupo afirma que essa é a maior anexação de terras por parte de Israel desde os Acordos de Oslo, de 1993, que deram aos palestinos o direito de governarem a si próprios em parte da Cisjordânia.

Em comunicado, a entidade diz o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu ministro de Finanças, o ultradireitista Bezalel Smotrich, estão "determinados a lutar contra o mundo inteiro e contra os interesses do povo de Israel para beneficiar uma porção de colonos que recebem milhares de [quilômetros de área] como se não houvesse um conflito político a resolver ou uma guerra à qual pôr fim".

Segundo o grupo, está claro que a solução do conflito israelo-palestino depende da solução de dois Estados. "Ainda assim, o governo israelense opta por dificultar e nos distanciar da possibilidade de paz e de deter o derramamento de sangue."

Assentamentos considerados ilegais sob o direito internacional

A Cisjordânia está sob ocupação israelense desde 1967. As Nações Unidas (ONU) e a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ambas consideram ilegais, perante o direito internacional, os assentamentos israelenses em território palestino.

O confisco de terras no Vale do Jordão foi aprovado em junho, mas tornado público apenas nesta quarta-feira (03/07). Ele se soma à tomada prévia de mais oito quilômetros quadrados em março e de outros 2,6 quilômetros quadrados em fevereiro.

As áreas foram declaradas como pertencendo ao Estado de Israel, uma designação que permite o arrendamento das terras por cidadãos israelenses e proíbe a propriedade privada de palestinos.

Responsável por monitorar os assentamentos pela Peace Now, Yoni Mizrachi referiu-se à tomada de terras como parte de uma estratégia para criar uma zona tampão entre a Jordânia e os territórios palestinos. Antes da anexação, a área desta quarta-feira havia sido declarada como militar.

Com uma área de 5,6 mil quilômetros quadrados, a Cisjordânia foi dividida pelos Acordos de Oslo em três áreas: a área A, equivalente a 17,5% do território, fica inteiramente sob controle dos palestinos; a área B, de 22,5%, tem controle civil palestino e militar israelense; já a área C responde pelos 60% restantes do território e está sob controle administrativo israelense.

Cerca de 3 milhões de palestinos vivem no território. Já os assentamentos israelenses na Cisjordânia abrigam, segundo a agência de notícias AP, mais de 500 mil judeus de cidadania israelense.

Um morto e um ferido em ataque a faca no norte de Israel

Também nesta quarta, a polícia israelense informou que dois soldados do Exército foram feridos a facadas em um shopping, no que classificou como suspeita de ataque terrorista.

Segundo a agência de notícias AFP, uma das vítimas, depois de ser ferida, reagiu e matou o agressor, mas teria morrido posteriormente também em decorrência dos ferimentos. A outra vítima está em estado grave.

ra (AP, AFP, ots)