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Irlanda é o primeiro país europeu a sair do programa de ajuda financeira

15 de dezembro de 2013

País foi o primeiro a recorrer ao pacote de resgate europeu, em 2010. Dublin agora pretende retomar o crescimento, diminuir as dívidas e reduzir o índice de desemprego.

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Foto: picture-alliance/dpa

A Irlanda deixou, neste domingo (15/12), o programa de assistência financeira concedido há três anos pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) a fim de salvar o país da bancarrota. O primeiro europeu a sair do pacote de ajuda financeira conta com uma reserva de 25 bilhões de euros e juros abaixo dos 3,5%.

Ao todo, os irlandeses receberam um crédito no valor de 67,5 bilhões de euros. Após uma forte austeridade nas contas do governo, o país retorna aos poucos, sem ajuda, ao mercado internacional de crédito – enquanto outros membros da zona do euro, como Grécia, Portugal e Chipre, permanecem presos ao programa de resgate.

O FMI, que ao todo repassou 22,5 bilhões ao país, vinha cobrando uma dura disciplina por parte do governo em Dublin. Para o fundo, os bancos demoraram muito a reagir diante dos empréstimos sem garantia e o alto endividamento das famílias era um risco para a estabilidade financeira do país. A instituição elogiou, porém, que nos últimos três anos os irlandeses consolidaram o orçamento público com uma firme política de austeridade.

"A implementação sem falhas das reformas por parte das autoridades irlandesas permitiu alcançar os principais objetivos do programa (de ajuda): estabilizar o setor financeiro, melhorar significativamente a situação orçamental e recuperar o acesso aos mercados", disse a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, em um comunicado da instituição divulgado na última sexta-feira – quando a organização aprovou o 12ª relatório sobre a situação irlandesa, autorizando o pagamento de 890 milhões.

Finanzministertreffen in Dublin Michael Noonan
Michael Noonan: política aplicada em Dublin deve reduzir dívidas para 60% do PIBFoto: Peter Muhly/AFP/Getty Images

"De volta aos trilhos"

O ministro irlandês de Transporte e Turismo, Leo Varadkar, afirmou neste domingo que o país está "de volta aos trilhos" e agradeceu "o sacrifício e a flexibilidade da população". "Se vocês pensarem bem, há dois anos e meio, quando esse governo tomou posse, era normal as pessoas conversarem sobre o problema do euro, ou falarem sobre um calote do país", disse Varadkar à rádio RTE.

"Estamos em uma posição bem melhor agora do que qualquer outro país europeu que tenha entrado no pacote de ajuda ou até mesmo de muitos que estão fora dele", ressaltou o ministro, lembrando algumas "vulnerabilidades" que ainda existem: o alto índice de desemprego e as altas dívidas.

Segundo o ministro irlandês das Finanças, Michael Noonan, o endividamento total do país chegou a 124% do PIB neste ano, atingindo seu ápice. Ele anunciou em Dublin uma política sustentável que deverá ajudar a reduzir a montanha de débitos para 60%, índice permitido pela UE.

A taxa de desemprego na Irlanda em novembro era de 12,5%, inferior ao pico de 14,7% registrado no ano passado. A meta é alcançar 4,2% em 2020.

MSB/afp/dpa/rtr/lusa