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Inteligência vê ingerência russa em eleições europeias

13 de abril de 2019

Serviços secretos ocidentais acreditam que Moscou quer interferir na campanha eleitoral para o Parlamento Europeu com o objetivo de desestabilizar a União Europeia, informa agência alemã de notícias.

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Russland l RT Fernsehstudio in Moskau
Serviços secretos veem indícios de ingerência nas eleições europeias por agências russasFoto: picture-alliance/Sputnik/dpa/I. Pitalev

Segundo noticiou a agência alemã de notícias dpa, serviços de inteligência europeus informaram em recentes relatórios que há esforços nas redes sociais ou em outros meios de comunicação, como a emissora internacional RT (antiga Russia Today), para apoiar partidos pró-russos e ou legendas críticas à União Europeia (UE) nas eleições para o Parlamento Europeu que ocorrem entre 23 e 26 de maio próximo.

Especialmente os jovens estão no foco das tentativas de influência. Além disso, a importância do Parlamento Europeu e, assim também da votação, estaria sendo colocada em questão, informou a dpa.

De acordo com um alto funcionário da área de inteligência, destaca-se, ao mesmo tempo, que o papel dos russos é muito menos visível do que antes da eleição presidencial dos EUA em 2016 ou da eleição na França em maio de 2017.

Naquele período, nos EUA, entre outras coisas, foram divulgados e-mails do Partido Democrata com a intenção de prejudicar a sua candidata presidencial, Hillary Clinton. Na França, a candidata populista de direita e pró-russa Marine Le Pen teria sido até mesmo apoiada com dinheiro russo.

O governo de Moscou rejeitou as alegações como sem fundamento. A Rússia não está interferindo nas eleições europeias e não pretende fazê-lo em outras eleições, disse o ministério das Relações Exteriores russo à agência de notícias alemã. A UE se encontra numa grave crise em que os partidos tradicionais já não mais atendem aos eleitores, fortalecendo assim eurocéticos e populistas, afirmou o ministério.

"Com uma mudança tão radical, é grande a tentação de procurar alguém 'à margem' que possa ser 'culpado' de alguma forma nesse processo", informou a autoridade russa. É mais fácil explicar as conquistas dos populistas e nacionalistas através de uma "influência destrutiva" vinda de fora, acrescentou o órgão.

Nos círculos de inteligência, especula-se sobre uma possível razão para a mudança de tática da Rússia, considerando recentes ações de retaliação: no ano passado, europeus e americanos aproveitaram o ataque com um agente nervoso contra um ex-expião russo como motivo para expulsar mais de 150 funcionários de representações diplomáticas russas.

Acredita-se que a grande maioria deles seria espiões. Com a ação, foram destruídas redes de espionagem que a Rússia construiu com muito dinheiro e muito esforço, disse um oficial de inteligência à agência de notícias alemã dpa.

Segundo o funcionário da inteligência, foi extremamente desconfortável e prejudicial à imagem da Rússia a revelação dos Países Baixos sobre os grampos telefônicos russos à Organização para a Proibição de Armas Químicas.

Nesse caso, a forma de ação dos russos foi mostrada à opinião pública com uma clareza e uma precisão como em quase nenhum outro caso, informou o funcionário, acrescentando que a consequência disso foi uma justificada avalanche de indignação.

Até mesmo para os serviços europeus de inteligência, é difícil entender quem está por trás da ingerência russa na campanha. Em princípio, escreveu a dpa, pode-se supor que a liderança política em Moscou enuncia objetivos estratégicos.

Esses poderiam ser, por exemplo, promover forças amigas da Rússia ou fomentar conflitos dentro da UE ou da Otan. Os objetivos seriam então implementados pelos vários serviços ou outros agentes de forma relativamente independente e sem muita coordenação, informou a dpa.

Assim, além do serviço secreto doméstico russo FSB e agência militar de inteligência estrangeira GRU, principalmente a chamada Agência de Pesquisa de Internet em São Petersburgo estaria bastante ativa nesse campo.

Essa agência estaria tentando, deliberadamente, manipular a opinião pública na Internet – por exemplo, influenciando o clima em fóruns de discussão ou espalhando conteúdo respectivo por meio de perfis falsos em redes sociais, como Facebook ou Twitter.

CA/dpa/ots/dw

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