Hotéis vêem luz no fim do túnel
31 de janeiro de 2004A taxa média de ocupação dos quartos de hotel na Alemanha em 2003 foi de 59,6%, 0,2% a mais que no ano anterior, anunciou esta semana a Federação Alemã de Hotéis. Por outro lado, os preços diminuíram 4,7% e os lucros 4,1%. A taxa de insolvência aumentou 20%.
Mesmo assim, os donos de hotéis não se deixaram desanimar e em 2003 ampliaram a oferta em mais 38 mil quartos no país, principalmente na categoria dos de três estrelas. Para passar uma noite num hotel alemão no ano passado, o hóspede teve de desembolsar, em média, 81,3 euros (85 euros em 2002).
Para o ano corrente, o setor espera um aumento na média de ocupação, desde que a economia alemã cresça ao menos 1,5%, adverte Bernd Geyer, secretário-geral da federação. Os hotéis em zonas de férias, que já em 2003 faturaram mais que os dos centros urbanos, novamente deverão sair ganhando. Para Geyer, não só a localização da Alemanha, com vários vizinhos à sua volta, e o fato de ser considerada um país seguro são fatores que atraem turistas. Ele cita também o constante aprimoramento dos serviços oferecidos pelos hotéis e a relação preço-conforto.
Alta do euro preocupa
Com uma parcela de 17,5%, a porcentagem de hóspedes estrangeiros em 2003 equiparou-se à de 2000, ano da Exposição Mundial de Hanôver. Já que os norte-americanos formam o segundo maior contingente de turistas estrangeiros que vêm ao país e, junto com os suíços, são os que mais gastam ao visitar a Alemanha, os empresários do setor esperam uma estabilização do dólar diante do euro.
Um segmento em alta é o do chamado Budget Hotel, expressão muito usada nos Estados Unidos para designar hotéis de tarifas moderadas. Nos primeiros nove meses do ano passado, o setor registrou um aumento de 9,1% nos lucros antes de juros (Ebitda) com os quartos disponíveis e de 3,9%, nos alugados.
Já entre os hotéis de luxo, a forte concorrência traz vantagens aos clientes. O recém inaugurado e superchique Ritz Carlton, em Berlim, por exemplo, quer conquistar novos hóspedes com uma promoção: até abril, o hóspede paga "apenas" 165 euros por quarto. Depois, esta taxa passará a 330 ou 450 euros, dependendo da temporada. Em nível internacional, os hotéis de luxo alemães são mais acessíveis que os de Paris ou Londres, observa Geyer.
Para ele, as perspectativas são muito boas. Não só o grande número de importantes feiras internacionais, museus e conferências atraem hóspedes ao país, como também a Copa do Mundo de Futebol, daqui a dois anos, e que será descentralizada, com jogos em várias cidades, será uma ótima oportunidade para os hotéis alemães.
Prognósticos positivos
Segundo uma pesquisa encomendada pela Confederação Alemã da Indústria e Comércio (DIHK) junto a 3500 empresas, em 2004 o setor de turismo na Alemanha está um pouco mais confiante que no ano passado. Na hotelaria, 19% crêem que o atual inverno europeu seja melhor que o do ano passado, enquanto 25% permanecem céticos. Na gastronomia, esta relação é de 20 para 28. A mesma tendência se repete entre as agências de turismo.Enquanto a busca por promoções especiais e opções espontâneas por pacotes do tipo last minute continuam marcando o comportamento do cliente, o estudo da DIHK revelou também que 77% dos hoteleiros e 82% dos bares e restaurantes pretendem manter os mesmos preços de 2003.
Com o lançamento de um sistema centralizado de reservas, em meados de fevereiro, espera-se um novo impulso no setor. As reservas em mais de dois mil hotéis poderão ser feitas de forma prática e cômoda, 24 horas por dia, no sistema "Hotels Deutschland", que reúne as vantagens da internet, do telefone e do Global Distribution System (GDS). Mais informações podem ser obtidas na internet, no endereço www.hotels-deutschland.de.