Hospitais de Gaza suspendem operações
Publicado 12 de novembro de 2023Última atualização 13 de novembro de 2023Dois hospitais no norte de Gaza afirmaram que fecharam para novos pacientes neste domingo (12/11) por causa da escassez de combustível para geradores e medicamentos, segundo autoridades de saúde palestina. Entre eles estão o maior e o segundo maior hospital de Gaza, respectivamente Al-Shifa e Al-Quds.
No sábado, forças de Israel se encontravam nos arredores do hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, apontando que o grupo terrorista Hamas mantém, no subsolo do centro médico, seu principal quartel-general militar e centro de operações.
Nesta segunda, a agência de notícia Reuters relatou que um tanque israelense estava estacionado diante do portão do complexo. O número de mortes nos últimos três dias também teria subido para 32 nos últimos três dias, segundo fontes do Ministério palestino da Saúde. Entre as vítimas, estão três bebês prematuros.
O Exército israelense afirmou que se ofereceu no sábado para evacuar bebês em incubadoras e negou que estivesse atacando diretamente hospitais na cidade de Gaza ou que estivessem sitiados, enquanto testemunhas e meios de comunicação palestinos apontavam para o cerco não só do Al-Shifa, mas também do complexo médico de Rantisi, onde também funciona um hospital pediátrico.
Um cirurgião do Al-Shifa disse que bombardeios ao prédio que abriga as incubadoras forçou as equipes a colocar bebês prematuros em camas comuns, usando a pouca energia disponível para aquecer o local.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse estar preocupada com o destino de centenas de pacientes ainda no hospital, incluindo bebês.
No domingo, o grupo Hamas, considerado terrorista por vários países ocidentais, incluindo Estados Unidos e União Europeia (UE), afirmou que suspendeu negociações para troca e libertação de reféns devido à forma como Israel lidou com o hospital Al-Shifa.
Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que foi oferecido combustível ao hospital, mas que o material foi recusado. Os militares israelenses disseram que colocaram 300 litros de combustível na entrada do Al-Shifa no sábado à noite, mas, segundo o comunicado, o Hamas bloqueou a entrega.
Muhammad Abu Salmiya, diretor do Complexo Médico Al-Shifa, negou que isso tenha acontecido, dizendo à TV Al-Araby, do Catar: "As alegações da ocupação de que se recusou a receber 300 litros de diesel são mentiras e calúnias, e todos os departamentos estão fechados devido à falta de combustível, exceto a emergência".
O Crescente Vermelho Palestino disse que o hospital Al-Quds também está fora de serviço, com a equipe lutando para cuidar dos que já estão lá com poucos remédios, alimentos e água.
"O hospital Al-Quds foi isolado do mundo nos últimos seis a sete dias. Não há como entrar, não há como sair", disse Tommaso Della Longa, porta-voz da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
Autoridades palestinas de Gaza ligadas ao Hamas disseram na sexta-feira que 11.078 residentes do enclave foram mortos em ataques aéreos e de artilharia desde 7 de outubro, quando Israel começou uma campanha de ataques retaliatórios ao grupo, na esteira de uma ofensiva terrorista que deixou 1.200 mortos em Israel.
jps/rk (Reuters, dpa)