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Holandês assume liderança da OTAN

(sv)4 de janeiro de 2004

Jaap de Hoop Scheffer, um conservador de 55 anos, assume o posto de Secretário-geral da aliança militar. Com o aval dos EUA, terá pela frente a nem tão fácil tarefa de manter a coesão entre os membros da organização.

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De Hoop Scheffer: divergências e modernização pela frenteFoto: AP

Sua fama no cenário internacional é a de um diplomata de primeira linha, que fez até mesmo com que a postura pró-Washington do governo holandês, durante a guerra no Iraque, não causasse maiores problemas com os parceiros França e Alemanha, contrários à intervenção militar.

A sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) De Hoop Scheffer já conhece de longa data, não só através de suas inúmeras visitas como ministro do Exterior dos Países Baixos, mas também como representante holandês na aliança entre 1978 e 1980.

Mesa cheia - Ao assumir o cargo de Secretário-geral da organização nesta segunda-feira (05/01), De Hoop Scheffer encontrará certamente uma mesa cheia: entre os desafios que irão testar sua habilidade diplomática estão o Iraque, o Afeganistão e a expansão da União Européia (com quem a OTAN coopera em grande escala), que agrega em 2004 dez novos membros, oito deles do Leste Europeu.

Apesar das tarefas “externas” não serem simples, é provável que a prova de fogo para o novo Secretário-geral venha a ser o próprio corpo da OTAN, que vem nos últimos tempos dando sinais de enfermidades. A recente guerra do Iraque pode ser considerada o maior trauma na história da aliança militar em seus 55 anos de existência.

O conflito dividiu seus membros em defensores e opositores de uma intervenção no país – os primeiros liderados por EUA e Reino Unido e os outros pela Alemanha e França. Mesmo que os piores momentos já tenham passado, é provável que ainda seja necessário um bom tempo até que todas as feridas sejam cicatrizadas.

NATO Flagge
Bandeira da OTAN

Diversidade de interesses - Se o dia a dia da aliança já voltou à normalidade, o mesmo não pode ser dito da diversidade de interesses entre seus membros, que continua persistindo. Diante de uma exigência de Washington de maior apoio da OTAN ao Iraque do pós-guerra, será tarefa do novo Secretário-geral buscar soluções viáveis.

Estas deverão ser apresentadas no mais tardar em junho próximo, quando os membros da aliança estiverem reunidos na Cúpula de Istambul, a primeira com a participação dos novos membros Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia e Eslovênia. “Acho que ele deve dar continuidade ao trabalho de George Robertson, mesmo porque não há outra alternativa. Estamos presentes no Afeganistão e não podemos nos retirar. A operação tem que ser bem-sucedida”, observa Jamie Shea, porta-voz da organização.

Modernização - Outro dos grandes desafios a serem enfrentados por De Hoop Scheffer é a reestruturação interna da OTAN, que terá que modernizar seu arsenal técnico e melhorar sua logística, se quiser reagir com rapidez em casos de conflito.

E ao mesmo tempo, em função de seu recente cargo como presidente da OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa), espera-se ainda de De Hoop Scheffer um olhar um pouco mais voltado para questões envolvendo os direitos humanos. É esperar para ver até onde vão os trejeitos diplomáticos deste holandês de 55 anos.