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FMI reduz previsão de crescimento da economia global em 2022

26 de julho de 2022

Estimativa de alta do PIB mundial cai para 3,2% neste ano e 2,9% em 2023, e órgão alerta para risco de recessão global. Na contramão, previsão para economia brasileira é elevada em 2021, mas reduzida no próximo ano.

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Símbolo do FMI
"O mundo pode ficar em breve à beira de uma recessão global, apenas dois anos após a última", disse o FMIFoto: Yuri Gripas/REUTERS

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu nesta terça-feira (26/07) sua previsão para o crescimento da economia global em 2022 e 20123 em meio ao aumento da inflação e uma desaceleração severa nos Estados Unidos e na China.

O órgão alertou que a situação ainda pode piorar. "A perspectiva tem ficado significativamente mais sombria desde abril", afirmou o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas. "O mundo pode ficar em breve à beira de uma recessão global, apenas dois anos após a última."

Segundo Gourinchas, as três maiores economias do mundo – Estados Unidos, China e zona do euro – "estão paralisando, com consequências importantes para as perspectivas globais".

Em atualização divulgada nesta terça-feira, o FMI reduziu a estimativa para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2022 para 3,2%: em abril a previsão era de 3,6%. Já as perspectivas de crescimento mundial para 2023 são de 2,9% – 0,7 ponto percentual a menos do que o esperado em abril.

A "recuperação tímida" dos efeitos econômicos da pandemia em 2021 "foi seguida por desdobramentos cada vez mais sombrios em 2022, à medida que os riscos começaram a se materializar", disse o novo relatório do órgão.

Segundo o FMI, "vários choques atingiram uma economia mundial já enfraquecida pela pandemia", incluindo a guerra na Ucrânia, que elevou os preços globais de alimentos e energia, levando os bancos centrais a aumentarem acentuadamente as taxas de juros.

Os contínuos lockdowns devido à covid-19 e o agravamento da crise imobiliária prejudicaram a economia da China, enquanto os aumentos agressivos das taxas de juros pelo banco central americano Federal Reserve (Fed) desaceleram de forma acentuada o crescimento dos EUA.

Somado a isso está o temor pelas consequências da guerra na Ucrânia, incluindo a possibilidade de a Rússia suspender totalmente o fornecimento de gás natural para a Europa, bem como escassez e um novo aumento nos preços dos alimentos devido à impossibilidade de fornecimento de cereais.

PIB brasileiro cresce

Na contramão dos dados globais, o PIB brasileiro teve sua estimativa de desempenho em 2022 elevada pelo FMI. O órgão espera uma alta da economia de 1,7% neste ano, em comparação com a previsão de 0,8% divulgada no relatório de abril.

Por outro lado, a perspectiva para a economia brasileira em 2023 seguiu a tendência mundial e também foi reduzida. Em abril, o FMI estimava um crescimento de 1,4% em 2023, porém agora espera uma alta de apenas 1,1%.

A estimativa do órgão internacional ainda está um pouco abaixo da do governo brasileiro, que calcula que o PIB do país deve crescer 2% neste ano. A previsão para 2023 é de 2,5%.

A melhora do cenário para o Brasil ajudou a impulsionar a projeção para o crescimento da América Latina e Caribe, com o FMI prevendo agora um aumento do PIB da região de 3%, 0,5 ponto percentual a mais do que no relatório anterior. Contudo, da mesma forma, a estimativa para a América Latina e Caribe em 2023 piorou 0,5 ponto percentual, para 2%.

ek/av (AFP, Agência Brasil, Lusa)