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Esporte

Eurodeputados pedem boicote da Copa do Mundo na Rússia

20 de abril de 2018

Em meio à crise entre Moscou e o Ocidente, dezenas de parlamentares exigem que governos da UE deixem de enviar suas delegações ao Mundial. Após envenenamento de ex-espião, Reino Unido e Islândia anunciaram boicote.

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Cronômetro na Praça Vermelha, em Moscou, faz a contagem regressiva para o Mundial
Cronômetro na Praça Vermelha, em Moscou, faz a contagem regressiva para o MundialFoto: Getty Images/AFP/M. Antonov

Sessenta deputados do Parlamento Europeu pediram aos líderes da União Europeia (UE) que boicotem a Copa do Mundo na Rússia, em meio à crise entre Moscou e o Ocidente.

Em carta aberta divulgada nesta sexta-feira (20/04), os parlamentares – de 15 países e diferentes grupos políticos –exigem que os governos europeus sigam o exemplo do Reino Unido e deixem de enviar delegações ao país durante o torneio, que ocorre entre 14 de junho e 15 de julho.

Londres decidiu não enviar membros do governo ou da família real à Copa do Mundo após o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal em março, na Inglaterra. O Reino Unido culpa a Rússia pela tentativa de homicídio, enquanto Moscou nega envolvimento.

O caso gerou uma crise diplomática em nível mundial, levando à expulsão de centenas de diplomatas em todo o mundo. Entraram no embate entre os dois países vários aliados de Londres, como Canadá, Estados Unidos e uma série de países europeus.

Após a decisão britânica de boicotar a Copa, a Islândia – que não faz parte da UE e participa pela primeira vez do Mundial – anunciou que também não enviará representantes do governo.

Segundo o jornal alemão Bild, os eurodeputados defendem na carta que "os governos não devem encorajar a atitude autoritária e anti-Ocidente do presidente Vladimir Putin", mas "erguer suas vozes em favor da proteção dos direitos humanos, dos valores democráticos e da paz".

"O ataque com agente nervoso em Salisbury é apenas o mais novo capítulo da zombaria de Vladimir Putin sobre nossos valores europeus", afirma o texto.

Além do envenenamento na Inglaterra, a carta ainda menciona como razões para o boicote os bombardeios na Síria, a anexação da Crimeia e a falta de liberdade na Rússia.

Os parlamentares atribuem a Moscou "bombardeios indiscriminados em escolas, hospitais e áreas civis na Síria; invasão militar na Ucrânia com uso de força; pirataria sistemática; campanhas de desinformação; e interferência em eleições".

O texto também rechaça o que chama de "tentativas de desestabilizar a nossa sociedade e debilitar e dividir a UE". "Tudo isso transforma a Rússia num anfitrião pouco adequado para o Mundial", acrescenta.

Os eurodeputados concordam que o esporte pode contribuir para suspender "pontes metafóricas", mas ressaltam que, enquanto Putin seguir destruindo "pontes reais na Síria", não se pode esperar que a Copa do Mundo seja um evento esportivo válido.

A carta recorda que a invasão na Ucrânia ocorreu poucos dias após o fim dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, na cidade russa de Sochi. Por isso, desta vez, é preciso parar de incentivar "suas graves violações aos direitos humanos", afirmam os eurodeputados.

EK/afp/efe/ots

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