1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

EUA prendem dois chefes do cartel de Sinaloa

26 de julho de 2024

Ismael "El Mayo" Zambada e Joaquín Guzmán López, filho de "El Chapo", foram presos ao desembarcarem em aeroporto privado nos EUA. Cartel é um dos maiores do México e foi retratado na série "Narcos", da Netflix.

https://p.dw.com/p/4il5x
Prisão do suposto chefe do tráfico Ismael "El Mayo" Zambada
Zambada teria sido atraído para uma emboscada por Joaquín Guzmán López, filho do ex-parceiro de Zambada, Joaquín "El Chapo"Foto: Jose Luis Gonzalez/REUTERS

Autoridades dos Estados Unidos prenderam nesta quinta-feira (25/07) dois dos principais líderes do cartel mexicano de drogas de Sinaloa. Ismael Zambada Garcia, também conhecido como "El Mayo", cofundador do cartel, e Joaquín Guzmán López, filho de seu outro cofundador, foram presos em El Paso, no estado do Texas, afirmou o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, em um comunicado.

Garland descreveu o cartel de Sinaloa como "uma das organizações de tráfico de drogas mais violentas e poderosas do mundo". A dupla enfrenta "múltiplas acusações nos Estados Unidos por liderar as operações criminosas do cartel, incluindo suas redes mortais de fabricação etráfico de fentanil", disse ele.

As prisões são mais um golpe para o cartel de Sinaloa, cujo cofundador Joaquín "El Chapo" Guzmán está cumprindo pena perpétua em uma prisão de segurança máxima nos Estados Unidos. Após sua prisão em 2019, seu filho, Joaquín Guzmán López, ganhou poder na organização ao lado de Zambada.

Os detalhes sobre as prisões desta quinta-feira não foram oficialmente divulgados, mas a mídia dos EUA aponta que El Mayo foi atraído para cruzar a fronteira. O jornal The New York Times citou autoridades americanas dizendo que o filho de El Chapo Guzmán teria atraído Zambada para uma emboscada. Zambada não sabia que se dirigia aos Estados Unidos quando embarcou no avião privado com Guzmán López, que lhe dissera que iriam visitar alguns imóveis.

A operação foi preparada durante meses e incluiu diversas agências federais dos EUA e agentes armados.

Recompensa de 15 milhões de dólares

Zambada é descrito pelo think tank InSight Crime como "um dos traficantes de drogas mais conhecidos da história mexicana". Ele chegou a ser retratado na terceira temporada da série Narcos: México, da Netflix, interpretado pelo ator Alberto Guerra.

Discreto, o criminoso de 76 anos é perseguido há décadas pelas autoridades dos EUA. Ele raramente aparece em fotos ou vídeos. A Administração de repressão às Drogas dos EUA havia oferecido uma recompensa de até 15 milhões de dólares por informações que pudessem levar à prisão de Zambada.

Ismael "El Mayo" Zambada
Ismael "El Mayo" Zambada conseguiu escapar das autoridades por décadasFoto: Uncredited/U.S. Department of State/AP/dpa/picture alliance

"Ele é conhecido principalmente por manter um perfil discreto e focar nos negócios em vez da violência. Além disso, é um dos poucos chefes da velha guarda que conseguiu escapar da justiça durante toda a sua carreira criminosa", disse o InSight Crime antes de sua detenção.

Guerra contra o cartel

As vítimas das guerras territoriais dos cartéis incluem membros de gangues rivais, pessoal de segurança e jornalistas, que estão entre as mais de 450 mil pessoas assassinadas desde que o governo lançou uma ofensiva militar contra os cartéis de drogas em 2006.

Os Estados Unidos registraram mais de 107 mil mortes por overdose de drogas em 2023, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças. O fentanil foi responsável por cerca de 70% delas.

O governo dos EUA diz que o fentanil é frequentemente feito de produtos oriundos da China e, em seguida, é contrabandeado pela fronteira do México por traficantes de drogas, especialmente o cartel de Sinaloa.

"O fentanil é a ameaça de droga mais mortal que nosso país já enfrentou", acrescentou Garland em seu comunicado. "O Departamento de Justiça não descansará até que cada líder de cartel, membro e associado responsável por envenenar nossas comunidades seja responsabilizado".

gq/le (DPA, AFP)