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EUA enviam à Ucrânia munições apreendidas do Irã

5 de outubro de 2023

Carga de 1,1 milhão de projéteis enviada pelo regime iraniano para rebeldes do Iêmen havia sido confiscada no ano passado. Transferência tenta aliviar escassez de munições na Ucrânia.

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Munição
EUA já forneceram a Kiev mais de 200 milhões de projéteis e granadasFoto: Nick Connolly/DW

Os Estados Unidos transferiram para a Ucrânia um carregamento de munições de baixo calibre que havia sido apreendido em um navio cargueiro no ano passado. O material havia sido originalmente enviado pelo Irã para os rebeldes houthis do Iêmen, que são apoiados pelo regime de Teerã.

A transferência da munição apreendida ocorre num momento em que Kiev cobra por mais assistência militar dos aliados ocidentais, e o governo do presidente democrata Joe Biden vê a oposição republicana à ajuda se tornar mais barulhenta.

"O governo dos EUA transferiu aproximadamente 1,1 milhão de cartuchos de 7,62 mm para as forças armadas ucranianas", disse o Comando Central das Forças Armadas (Centcom) americanas em um comunicado divulgado na quarta-feira (04/10).

Cartuchos de calibre 7,62 mm são usados em rifles e metralhadoras leves da era soviética.

Embora o número pareça significativo, a carga, enviada na segunda-feira, representa apenas uma pequena porcentagem das centenas de milhões de munições já fornecidas pelos aliados ocidentais à Ucrânia. Os EUA, por exemplo, já forneceram a Kiev mais de 200 milhões de projéteis e granadas.

A munição enviada nesta semana havia sido confiscada pelas forças navais dos EUA em dezembro de 2022, enquanto estava "sendo transferida da Guarda Revolucionária Iraniana para os houthis no Iêmen", disse o Centcom. A carga estava em um navio sem bandeira chamado Marwan 1.

"O governo obteve a propriedade dessas munições em 20 de julho de 2023, por meio das reivindicações de confisco do Departamento de Justiça" contra a Guarda Revolucionária, acrescentou.

O Irã apoia os rebeldes houthis na atual guerra civil do Iêmen, mas o envio de armas para o grupo foi proibido por uma resolução de 2015 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A guerra civil no Iêmen começou em 2014, quando os houthis assumiram o controle da capital, Sanaa, e removeram o governo do país. O governo deposto continua sendo a autoridade internacionalmente reconhecida e é apoiado por uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, assim como pelos EUA e pelo Reino Unido.

Futuro da assistência à Ucrânia em dúvida

O Pentágono também disse na terça-feira que os Estados Unidos podem continuar atendendo às necessidades militares da Ucrânia por "um pouco mais de tempo" com a assistência que já foi autorizada, mas que a ação do Congresso é necessária para que a ajuda continue no longo prazo.

A oposição republicana nos EUA à assistência à Ucrânia levou os parlamentares americanos a excluírem novos fundos de ajuda de um projeto de lei aprovado no fim de semana para evitar a paralisação do governo dos EUA, e não se sabe exatamente quanto tempo durará o apoio autorizado anteriormente.

A aprovação de financiamento adicional é ainda mais complicada devido ao caos sem precedentes na Câmara dos Deputados dos EUA, que derrubou seu presidente nesta semana.

O Pentágono diz que o governo ainda tem poderes para transferir 5,4 bilhões de dólares em equipamentos para a Ucrânia dos estoques militares dos EUA, mas apenas 1,6 bilhão de dólares em financiamento para substituir o equipamento doado.

As autoridades americanas vêm liderando o esforço de apoio internacional à Ucrânia, formando rapidamente uma coalizão para apoiar Kiev após o início da guerra de agressão da Rússia no ano passado e coordenando a ajuda de dezenas de países.

Washington já destinou mais de 43 bilhões de dólares em assistência militar à Ucrânia desde que Moscou lançou sua invasão em grande escala em fevereiro de 2022 – mais da metade de toda a ajuda internacional ao país.

jps (DPA, AFP, ots)