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EUA dizem que drone iraniano atacou navio na costa da Índia

24 de dezembro de 2023

É a primeira vez que o Pentágono acusa o Irã de atacar diretamente navios desde o início do conflito Israel-Hamas. Incidente sugere escalada dos riscos marítimos para além do Mar Vermelho.

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Drone de fabricação iraniana
Pentágono afirmou que esse foi o "sétimo ataque iraniano a embarcações comerciais desde 2021".Foto: AFP/Getty Images

Um navio-tanque de produtos químicos foi atingido por um drone iraniano na costa da Índia neste sábado (23/12), informou o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Segundo o Pentágono, um "drone de ataque unidirecional disparado do Irã" atingiu a embarcação MV Chem Pluto por volta das 10h (horário local), a cerca de 370 quilômetros da costa da Índia, no Oceano Índico.

O Pentágono afirmou que esse foi o "sétimo ataque iraniano a embarcações comerciais desde 2021". Não houve, contudo, reivindicação imediata de responsabilidade pelo incidente.

Um breve incêndio a bordo do navio foi extinto, sem deixar vítimas, acrescentaram os EUA.

Já a Marinha da Índia informou que respondeu a um pedido de assistência e enviou uma aeronave para garantir a segurança da embarcação e da tripulação. Além disso, um navio de guerra da Marinha indiana também foi enviado para prestar apoio.

Empresa estaria ligada a magnata israelense

O navio-tanque MV Chem Pluto é de propriedade de uma empresa japonesa, operado por uma companhia holandesa e tem bandeira da Libéria. O Ministério da Defesa indiano disse que ele transportava petróleo bruto da Arábia Saudita até a Índia.

Segundo o jornal americano Wall Street Journal, a empresa holandesa que opera o navio "está ligada ao magnata israelense da navegação Idan Ofer".

Essa foi a primeira vez que o Pentágono acusou abertamente o Irã de atacar diretamente navios desde o início do conflito entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas, em 7 de outubro.

O Hamas, que é apoiado pelo Irã, é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos, Israel e vários outros países, bem como pela União Europeia.

Riscos marítimos

O incidente com o MV Chem Pluto destaca o aumento dos riscos marítimos para além do Mar Vermelho, onde os rebeldes da milícia houthi, baseada no Iêmen e também apoiada pelo Irã, lançaram mais de 100 ataques com mísseis e drones contra navios desde o início do conflito na Faixa de Gaza.

Os ataques estão forçando os navios que viajam da Ásia para a Europa a fazerem um desvio por todo o continente africano através do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, aumentando assim os custos de transporte.

Os EUA e seus aliados intensificaram a segurança naval no Mar Vermelho para proteger o comércio marítimo.

ek (AFP, Reuters)