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EUA autorizam vacinação contra covid-19 de menores de 5 anos

18 de junho de 2022

É o primeiro país a liberar o uso de imunizantes nessa faixa etária, último grupo que ainda aguarda a vacinação. "Para os pais, este é um dia de alívio e celebração", afirmou Joe Biden.

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Adulto aplica vacina em criança pequena
Imunizantes da Pfizer/BioNTech e da Moderna poderão ser aplicados em crianças a partir de 6 meses de idadeFoto: Ute Grabowsky/photothek/imago images

As autoridades sanitárias dos Estados Unidos aprovaram neste sábado (18/06) a aplicação das vacinas contra covid-19 produzidas pela Pfizer/BioNTech e pela Moderna em crianças menores de cinco anos de idade. É o primeiro país a autorizar o uso dos imunizantes nessa faixa etária.

A Food and Drug Administration (FDA), agência dos Estados Unidos equivalente à Anvisa, já havia dado o sinal verde na sexta-feira. Faltava a liberação dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), concedida neste sábado.

"Sabemos que milhões de pais e cuidadores estão ansiosos para vacinar seus filhos pequenos e, com a decisão de hoje, eles podem", disse Rochelle Walensky, diretora do CDC, em um comunicado. As vacinas poderão ser aplicadas em crianças com mais de seis meses de idade.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que os pais já poderiam começar a vacinas seus filhos pequenos na próxima semana, em hospitais, clínicas, farmácias e consultórios médicos. "Para os pais em todo o país, este é um dia de alívio e celebração", afirmou Biden.

As decisões da FDA sobre os imunizantes costumam ser acompanhadas em seguida por órgãos sanitários de outros países. No Brasil, a vacina da Pfizer/BioNTech tem autorização para ser usada em crianças de 5 anos ou mais. A vacina da Moderna até o momento não recebeu autorização para uso no Brasil.

Os Estados Unidos registraram 480 mortes por covid-19 na faixa etária de zero a quatro anos na pandemia. Desde maio de 2022, houve 45 mil hospitalizações nesse grupo, das quais quase um quarto exigiu cuidados intensivos.

"Há muitos pais que estão totalmente desesperados por essa vacina, e nós devemos a eles a chance para que possam decidir aplicá-las [em seus filhos] se quiserem", disse Jay Portnoy, do Hospital Infantil de Kansas, no Missouri, na semana passada.

Regimes diferentes

A vacina da Pfizer deve ser aplicada em três doses de três microgramas em crianças de seis meses a quatro anos. A posologia da vacina da Moderna é de duas doses maiores, de 25 microgramas, em crianças de seis meses a cinco anos.

Ambas as vacinas foram testadas em ensaios com milhares de crianças. Foi constatado que elas causavam níveis similares de efeitos colaterais leves aos registrados em faixas etárias mais velhas e desencadeavam níveis similares de anticorpos.

A eficácia contra a infecção foi maior na Pfizer, de 80% segundo a empresa. A Moderna informa que a eficácia de sua vacina é de 51% em crianças de seis meses a dois anos de idade e de 37% para as de dois a cinco anos de idade.

Mas o número da Pfizer é baseado em poucos casos e considerado preliminar. São necessárias três doses para alcançar sua proteção, sendo a terceira dose aplicada oito semanas após a segunda, que é aplicada três semanas após a primeira.

A vacina da Moderna deve proporcionar uma forte proteção contra doenças graves após duas doses, dadas com um intervalo de quatro semanas, e a empresa está estudando adicionar um reforço que elevaria os níveis de eficácia contra manifestações leves da doença. No entanto, a decisão da Moderna de usar uma dose mais alta está associada a níveis mais altos de febres em reação à vacina, em comparação com a da Pfizer.

Embora obesidade, distúrbios neurológicos e asma estejam associados ao aumento do risco de doenças graves entre as crianças pequenas, não é fácil prever quadros graves. Em crianças menores de cinco anos nos Estados Unidos, 64% das hospitalizações por covid-19 ocorreram em pacientes sem comorbidades.

As crianças também podem contrair a síndrome inflamatória multissistêmica em crianças (MIS-C), uma condição pós-viral rara, mas grave. E cerca de 3% a 6% podem apresentar sintomas de covid longa por mais de 12 semanas.

bl (AFP, Reuters)