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EUA associam vacina da J&J a risco de doença rara

13 de julho de 2021

Foram registrados cem possíveis casos de síndrome de Guillain-Barré entre 12,5 milhões de imunizados. Apesar de alterar bula, agência americana ressalta que dados são "insuficientes para estabelecer relação causal".

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A vacina da Janssen
Vacina da Janssen sofreu revés em abril, quando teve distribuição interrompida nos EUA por casos de trombose cerebralFoto: Eibner-Pressefoto/EXPA/Feichter/imago images

A Food and Drug Administration (FDA), agência do governo dos Estados Unidos que regulamenta o uso de medicamentos, alertou para um possível vínculo entre a vacina contra a covid-19 da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, e a síndrome de Guillain-Barré.

Foram detectados 100 possíveis casos do transtorno neurológico entre 12,5 milhões de pessoas que receberam o imunizante, o que corresponde a 0,0007% do total. Deles, 95 foram casos graves, que necessitaram de hospitalização. Uma morte foi registrada.

A FDA acrescentou o alerta à bula da vacina nesta segunda-feira (12/07), mas apontou que os dados são "insuficientes para estabelecer uma relação causal", quer dizer, que comprovem que a vacina seja a responsável direta pelo desenvolvimento dos sintomas.

Em comunicado, a Johnson & Johnson afirmou que vem mantendo conversações com a FDA sobre esse possível efeito adverso e recordou que a possibilidade de desenvolvimento da síndrome é muito baixa, como mostram os dados das autoridades sanitárias americanas.

A notícia representa um novo golpe para o imunizante da J&J, que recebeu autorização para uso emergencial em fevereiro, mas que tem um papel menor na campanha de vacinação dos Estados Unidos contra a covid-19.

Distúrbio raro

A síndrome de Guillain-Barré é um distúrbio neurológico raro em que o sistema imunológico do corpo afeta as células nervosas, causando inflamação nos nervos, podendo provocar dor, fraqueza muscular e, nos casos mais graves, paralisia. A doença afeta entre 3 mil a 6 mil pessoas a cada ano nos Estados Unidos, e a maioria se recupera.

O novo alerta sobre a vacina destaca que, na maioria das pessoas, os sintomas começaram dentro de 42 dias após a inoculação, embora afirme que "a probabilidade de isso acontecer é muito baixa".

A vacina da Janssen, que é de uma só dose, já sofreu contratempos em abril, quando as autoridades americanas interromperam temporariamente sua distribuição depois que foram registrados seis casos de trombose cerebral em mulheres com menos de 48 anos que haviam recebido o inoculante, das quais uma morreu.

Embora a FDA continue monitorando a segurança da vacina em cooperação com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a entidade "continua a acreditar que os benefícios conhecidos e potenciais claramente superam os riscos".

Já foram registrados casos de síndrome de Guillain-Barré após a administração de certas vacinas, incluindo aquelas que previnem a gripe sazonal e herpes zoster. Até o momento, nenhum sinal de distúrbio neurológico foi identificado após a inoculação com as vacinas anticovid da Moderna e da Pfizer-BioNTech.

Demanda por vacinas cai nos EUA

A informação chega em um momento em que a demanda por vacinas anticovid está diminuindo nos Estados Unidos, com apenas cerca de 430 mil doses sendo aplicadas por dia. A média máxima de sete dias foi alcançada em abril, com cerca de 3,5 milhões de aplicações.

Os casos de coronavírus estão aumentando novamente nos estados do centro-oeste e sul do país, onde a vacinação não avançou o suficiente, com domínio da variante delta, muito mais contagiosa.

md/ek (Efe, AFP)