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EUA acusam imprensa russa de interferir nas eleições de 2024

4 de setembro de 2024

Moscou teria utilizado mídia estatal para disseminar notícias falsas antes das eleições presidenciais, com o conhecimento de Putin. Indivíduos e entidades são alvos de sanções, incluindo a editora-chefe da emissora RT.

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Estúdio de telejornal da emissora russa RT
Departamento do Tesouro dos EUA pune editora-chefe da emissora estatal RT Margarita Simonyan com sanções Foto: ITAR-TASS/Imago Images

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (04/09) a imposição de sanções a dez cidadãos e duas entidades russas acusadas de "esforços de influência nociva" visando interferir nas próximas eleições presidenciais americanas, em novembro de 2024.

Entre os punidos pelo Departamento do Tesouro dos EUA estão a editora-chefe da emissora estatal RT, Margarita Simonyan, e a vice-editora, Elizaveta Brodskaia.

A secretária americana do Tesouro, Janet Yellen, disse que as sanções "sublinham os atuais esforços do governo para responsabilizar atores patrocinados por um Estado, por atividades cujo objetivo é deteriorar a confiança pública em nossas instituições".

Margarita Simonyan e outros indivíduos associados à emissora teriam recrutado influenciadores para confundir a opinião pública nas redes sociais e espalhar mensagens pró-Kremlin.

O procurador-geral dos EUA, Merrick B. Garland, afirmou que funcionários da RT foram indiciados em Nova York, acusados de lavagem de dinheiro e violação da Lei de Registro de Agentes Estrangeiros.

Esses funcionários teriam fundado uma empresa com sede no estado do Tennessee para "disseminar conteúdo considerado favorável ao governo russo", diz Garland, e de contratar os serviços dos influenciadores que deveriam "compartilhar conteúdo consistente com os interesses da Rússia e ampliar as divisões internas dos EUA".

A empresa sediada no Tennessee produziu quase 2 mil vídeos sobre temas como imigração e inflação, que foram vistos 16 milhões de vezes no YouTube desde novembro, afirma o Departamento de Justiça.

Domínios de internet

Ao mesmo tempo, Departamento de Justiça determinou a apreensão de 32 domínios de internet "usados pelas campanhas de influência nociva patrocinada pelo governo russo", segundo afirma uma nota divulgada pela autarquia.

"O círculo mais próximo ao presidente russo, Vladimir Putin, [...] orientou empresas de relações públicas a promover desinformação e narrativas patrocinadas pelo Estado, como parte de uma campanha para influenciar nas eleições presidências de 2024", disse Garland.

"Os portais de internet que tomamos hoje estavam cheios de propaganda do governo russo criada pelo Kremlin para reduzir o apoio internacional à Ucrânia, impulsionar políticas favoráveis aos interesses russos e influenciar eleitores nos Estados Unidos e em outros países."

A RT rejeitou as acusações, que classificou de "clichês banais" em seu canal no Telegram.

Putin ciente das ações da RT

A Casa Branca afirmou que o presidente Putin estava ciente das ações da RT para exercer influência sobre as eleições americanas. "Acreditamos que o sr. Putin estivesse ciente dessas ações" disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby. "Ele tinha conhecimento das atividades da RT."

Esta, porém, não é a primeira vez que autoridades americanas acusam Moscou de interferir em suas eleições. Um relatório das agências americanas de inteligência afirma que a Rússia tentou interferir no pleito de 2020 em favor do então presidente Donald Trump, que tentava a reeleição, mas acabou sendo derrotado por Joe Biden.

As autoridades americanas de segurança acreditam que a Rússia interveio em favor de Trump também nas eleições presidenciais de 2016. Um conselho especial criado para investigar o caso sugeriu ter havido conluio entre Trump e o Kremlin, mas não encontrou provas suficientes.

rc (AP, AFP, dpa, Reuters)