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Estudo: imigrantes indispensáveis à economia do Leste Alemão

25 de agosto de 2024

Diante da ascensão da anti-imigração AfD nas pesquisas de intenção de voto, instituto IW confirma: mão de obra estrangeira responde por quase 6% do PIB da região. Maioria vem da Polônia e República Tcheca.

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Operário examina peça de veículo
Com menos imigrantes, Leste teria acusado um retrocesso econômico, em vez de uma expansãoFoto: Thomas Koehler/photothek/picture alliance

Uma análise do Instituto Econômico Alemão (IW) revela que os trabalhadores estrangeiros se transformaram num elemento indispensável da economia dos estados do Leste de Alemanha – Brandemburgo, Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Saxônia, Saxônia-Anhalt e Turíngia, até 1990 parte da República Democrática Alemã (RDA), sob governo socialista.

Em 2023 cerca de 403 mil portadores de passaportes estrangeiros trabalharam nesses cinco estados, cerca de 173 mil a mais do que cinco anos antes", constatou o IW: "Sozinhos, esses trabalhadores são responsáveis por gerar 24,6 bilhões de euros [R$ 153 bilhões], o equivalente a cerca de 5,8% do PIB da região." A conclusão é que eles "são indispensáveis para os estados do Leste: entre 2018 e 2023, o número de alemães empregados da região diminuiu em 116 mil".

Advertência à AfD anti-imigrantes

No contexto das próximas eleições estaduais e do avanço constante do partido anti-imigrantes Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema direita, os autores enfatizam que, se menos imigrantes tivessem vindo para o Leste nos últimos cinco anos, a regiâo teria registrado um retrocesso econômico, em vez de uma expansão.

"A AfD ataca incessantemente os imigrantes, enquanto apresenta cifras favoráveis nas pesquisas de opinião. Ao mesmo tempo, muitos imigrantes vivem com medo. A ironia é que eles são quem está ajudando a economia do Leste Alemão." O coautor Wido Geis-Thöne lembra que "isso torna ainda mais importante a região se manter aberta para o resto do mundo, pois só desse modo a Alemanha Oriental permanecerá bem-sucedida".

A Saxônia foi o estado do Leste que mais se beneficiou da mão de obra estrangeira (7,9 bilhões de euros de faturamento), seguido por Brandemburgo (6,8 bilhões de euros) e a Turíngia (3,9 bilhões de euros). A maioria dos trabalhadores estrangeiros no Leste vem dos vizinhos Polônia e República Tcheca, seguidos pela Romênia e a Ucrânia. Suas atividades principais são construção civil e de estradas, e serviços temporários.

av (AFP, Reuters)