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Escola que abrigava 400 civis é bombardeada em Mariupol

20 de março de 2022

Presidente Zelenski acusa crimes de guerra. Rússia diz ter utilizado míssil hipersônico em novo ataque a instalações militares. Forças de defesa ucranianas conseguem impedir avanços russos em várias partes do país.

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Destruição após bombardeio. Carrinho de bebê em primeiro plano. Mariupol se tornou um símbolo dos horrores da guerra na Ucrânia
Mariupol se tornou símbolo dos horrores da guerra na UcrâniaFoto: Aris Messinis/AFP/Getty Images

Autoridades ucranianas afirmam que forças russas bombardearam neste sábado (19/03) uma escola de artes que servia de abrigo para cerca de 400 pessoas em Mariupol.

Relatos indicam que o edifício, que abrigava, mulheres, idosos e crianças, foi completamente destruído, e que poderia haver muitas pessoas sob os escombros, mas não havia ainda informações sobre vítimas.

Na última quarta-feira, um bombardeio russo destruiu um teatro que também era utilizado como abrigo para centenas de civis em Mariupol. O número de vítimas ainda não pôde ser verificado.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, afirmou que o cerco a Mariupol e os incessantes bombardeios vão entrar para a história como crimes de guerra. Ele disse que os ataques à cidade são atos de terror que "serão lembrados pelos próximos séculos".

A cidade na costa do Mar de Azov, considerada um importante ponto estratégico, está há pelo menos três semanas sob fortes bombardeios, e se tornou um símbolo dos horrores da guerra na Ucrânia.

O cerco deixou a população de mais de 400 mil isolada e sem alimentos, água ou energia elétrica. As autoridades locais afirmam que ao menos 2,3 mil pessoas morreram, muitas delas sendo enterradas em valas comuns.

Imagem aérea da destruição após ataque a teatro que abrigava centenas de civis em Mariupol, com a palavra "crianças" pintada no chão
Teatro destruído que abrigava centenas de civis em Mariupol, com a palavra "crianças" pintada no chão Foto: Maxar Technologies/AP/picture alliance

Nos últimos dias, tropas russas avançaram pela cidade, com relatos de intensos combates. A eventual conquista de Mariupol deverá ser considerada pelos russos como um dos maiores feitos de seu Exército durante a guerra, enquanto em outras partes do país, a ofensiva enfrenta uma série de obstáculos impostos pela forte resistência das forças de defesa ucranianas, além de graves problemas de logística.

Novo ataque com míssil hipersônico

O Ministério russo da Defesa afirmou neste domingo que suas tropas realizaram uma série de ataques a instalações militares ucranianas, com a utilização de um míssil hipersônico de longo alcance e mísseis de cruzeiro.

O major-general Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério, disse que um míssil hipersônico Kinzhal, de fabricação russa, atingiu um depósito de armamentos em Kostiantinivka, nas proximidades de Mykolaiv, onde, segundo fontes ucranianas, bombardeios russos mataram na sexta-feira ao menos 40 soldados ucranianos. O porta-voz disse que os ataques destruíram uma base de treinamento de "mercenários estrangeiros".

Os mísseis hipersônicos Kinzhal são lançados de caças MiG-31 e têm capacidade de atingir alvos a 2 mil quilômetros de distância. Eles excedem múltiplas vezes a velocidade do som e viajam a 6 mil quilômetros por hora, enquanto são capazes de realizar manobras. Não existem sistemas de defesa capazes de deter esses armamentos.

O  Pentágono, sede do comando militar dos Estados Unidos, informou que ainda não havia meios de confirmar o uso de mísseis hipersônicos pela Rússia na Ucrânia.

Konashenkov disse ainda que mísseis de cruzeiro Kalibr, lançados de navios de guerra russos no Mar Cáspio, também foram utilizados no ataque a instalações ucranianas em Kostiantinivka, e na destruição de uma fábrica de blindados em Nizhyn, na região de Chernihiv.

Corredores humanitários abertos

A retirada de civis de Mariupol e outras cidades sitiadas prosseguiram em oito dos dez corredores humanitários estabelecidos após acordo entre russos e ucranianos. Neste sábado, 6,6 mil pessoas puderam deixar as zonas de conflito, informou a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk.

Ela disse que um comboio humanitário que se dirigia à cidade de Kherson, tomada pelos russos nos primeiros dias da guerra, foi bloqueado pelas tropas invasoras.

rc (AP, AFP)