Em debate, democratas atacam Trump
20 de dezembro de 2015No debate do Partido Democrata, os aspirantes à candidatura democrata para as eleições presidenciais americanas em 2016 se uniram para atacar o pré-candidato republicano Donald Trump e criticaram suas "declarações incendiárias e superficiais" sobre as questões de segurança nacional e diplomacia.
A ex-primeira dama Hillary Clinton, o senador do estado de Vermont, Bernie Sanders, e o ex-governador do Maryland Martin O'Malley participaram do terceiro debate do ano, realizado no sábado (19/12) em Manchester, no estado do New Hampshire, a 43 dias do início das primárias americanas.
A primeira hora do debate foi dedicada às questões do terrorismo e do combate à organização extremista "Estado Islâmico" (EI) na Síria e no Iraque.
Trump "está prestes a se tornar o melhor recrutador do Estado Islâmico", disse Hillary Clinton, ao afirmar que os jihadistas utilizam discursos antimuçulmanos do magnata americano em seus vídeos de recrutamento. A ex-secretária de Estado disse também que "a primeira linha de defesa" dos EUA contra a radicalização deve ser as comunidades americanas de muçulmanos, com quem advogou trabalhar para evitar ataques de "lobos solitários".
"Preocupa-me que a retórica dos republicanos, sobretudo de Donald Trump, envie a mensagem aos muçulmanos nos Estados Unidos e no mundo inteiro de que há um choque de civilizações, e que há uma espécie de complô ocidental ou de guerra contra o islã", afirmou a ex-secretária de Estado americana. "O senhor Trump faz grande uso da arrogância e da intolerância para provocar as pessoas", acrescentou.
Bernie Sanders, por sua vez, atacou o magnata republicano pelas suas posições sobre a economia. "Quero dizer isto às pessoas que vão aos comícios de Donald Trump: ele pensa que um salário mínimo baixo é uma boa ideia", disse o senador, o único democrata eleito do Senado que defende o aumento do salário mínimo de 7,25 para 15 dólares a hora.
Além disso, Sanders propôs uma coalizão internacional mais coesa para combater o "Estado Islâmico", que incluísse a Rússia e países árabes, enquanto O'Malley atribuiu o êxito dos jihadistas à falta de um maior investimento nos serviços de inteligência.
Em debate marcado pela cordialidade – Sanders chegou a pedir desculpas a Hillary por sua equipe ter acessado de forma indevida dados sobre os eleitores da ex-secretária de Estado –, os sinais de agressividade mais evidentes partiram de O`Malley, o menos cotado entre os três pré-candidatos. Quando o assunto era controle de armas, ele condenou o histórico de Hillary e Sanders, acusando-os de serem inconsistentes. "Clinton muda de posição sobre isso a cada eleição", criticou o ex-governador.
PV/lusa/ots